Madre Maria Pilar Izquierdo

Maria Pilar Izquierdo Albero
Fundadora das Missionárias de Jesus e Maria

Mais de 200 religiosas das Missionárias de Jesus e Maria celebram em 22 casa em 3 continentes, a recente beatificação de sua fundadora, Maria Pilar Izquierdo Albero, cuja surpreendente vida começou a se popularizar desde que foi elevada aos altares no passado 4 de novembro.

Maria Pilar Izquierdo Albero, terceira de cinco irmãos, nasceu em Saragoça (Espanha) em 27 de julho de 1906. Seus pais, um matrimônio humilde e pobre de bens materiais, mas rico em piedade cristã, educaram a seus filhos no espírito de piedade, o amor aos pobres e uma terna devoção à Virgem do Pilar.

Em 5 de agosto, festa de Santa Maria das Neves, levaram à pia batismal a Maria Pilar. Mais tarde diria ela que esse foi maior dia de sua vida, porque nele se fez filha da Igreja.

De criança, sensível frente a pobreza, se privava às vezes de sua comida e de suas coisas para ajudar a quem considerava mais necessitado que ela. Como nunca foi à escola, não sabia escrever e nem quase ler, pelo qual se consideraria 'uma tontinha' que não sabia nada além de "sofrer e amar, amar e sofrer".
. O mundo da dor

À idade de 12 anos foi vítima de uma doença misteriosa, que nenhum médico soube diagnosticar. Depois de quatro anos vividos por motivo de saúde em Alfamen (Saragoça), voltou a Saragoça, onde começou a trabalhar em uma fábrica de calçado, sendo muito querida por todos, por sua simplicidade, sua natural simpatia, sua bondade e laboriosidade. Mas o Senhor queria levá-la por outros rumos e a foi adentrando no mistério da Cruz. E tanto amou Maria Pilar o sofrimento que costumava dizer: "Encontro neste sofrimento um amor tão grande para nosso Jesus, que morro e morro...porque esse amor é o que me faz viver".

Em 1926, enquanto voltava do trabalho, fraturou a pélvis ao cair do bonde e, em 1929, focou paraplégica e cega por causa da grande quantidade de quistos, tendo que percorrer um doloroso caminho de mais de doze anos entre os hospitais de Saragoça e o pobre sótão da rua Cerdán, 24.

Este sótão transformou-se, não obstante, em uma escola de espiritualidade e em um remanso de luz, de paz e alegria para quantos o visitavam, especialmente durante os três anos da guerra civil espanhola.

Ali se rezava, fomentava-se a amizade evangélica e as almas discerniam a vocação a que Deus as chamava.
.Nasce a missão

Em 1936 Maria Pilar começa a falar da "Obra de Jesus", que deveria aparecer na Igreja e que teria como finalidade "reproduzir a vida ativa do Senhor na terra na terra mediante as obras de misericórdia".

Assim em 8 de dezembro de 1939, festa da Imaculada, Maria Pilar curou-se surpreendentemente da paralisia que a havia deixado prostrada durante mais de 10 anos no leito. Desapareceram também os quistos e recobrou instantaneamente a vista.

Imediatamente pôs em marcha a obra, e em 15 de dezembro saiu em marcha para Madri em companhia de 38 jovens procedentes de diferentes cidades espanholas. Estas jovens tinham se formado espiritual e apostolicamente sob a orientação de Maria Pilar em sua casa; e agora, como "o rebanhozinho de Jesus", se dispunham a viver em comunidade fraterna, para praticar fiel e amorosamente as obras de misericórdia, principalmente com os mais pobres, doentes, velhos e crianças.

Logo se interpuseram os julgamentos humanos ao planos de Deus e foi proibida de exercer qualquer apostolado, até que em 1942 o Sr. Arcebispo de Madri erigiu canonicamente a Obra como "Pia União de Missionárias de Jesus, Maria e José".

Passados dois anos de fecundo apostolado entre os pobres, crianças e doentes dos subúrbios, Deus quis levá-la de novo pelo caminho da Cruz. Reproduziram-se lhe os quistos do ventre e, à doença, uniram-se os sofrimentos surgidos de calúnias, intrigas e incompreenções que desacreditaram sua obra e afastaram da mesma várias jovens que tinham-lhe sido sempre fiéis.

As coisas chegaram a tal ponto que Maria Pilar, aconselhada por seu confessor, em novembro de 1944 teve que retirar-se de sua própria Obra. Nove de suas Filhas a seguiram.
.Caminho ao Calvário

Em 9 de dezembro viajou a São Sebastião e durante a viagem, em uma noite gélida e por caminhos cobertos de neve, fraturou uma perna em um acidente de carro. Um tumor maligno que se manifestou quase simultaneamente, a feriu de morte, mas não conseguiu apagar a luz de sua fé nem sua firme convicção de que a Obra voltaria a ressurgir.

Prostrada no leito de dor, abandonada pela maioria de suas amizades, alentava a suas Filhas dizendo: "Sinto deixar-vos porque vos amo muito, mas do céu vos serei mais útil. Voltarei à terra para estar com os que sofrem, com os pobres, os doentes. Quando mais sozinhas estiverdes mais próxima estarei de vós".

Morreu em São Sebastião, aos 39 anos, em 27 de agosto de 1945, oferecendo sua vida pela Filhas que tinham se separado, a quem recordava com dor e com carinho: "As amo tanto, - dizia - que não posso esquecê-las, ainda que me pegassem e me arrastassem, gostaria de tê-las aqui. Não quero lembrar do mal que me fazem mas do bem que me fizeram. Bem sabe nosso amado Jesus que mais, muito mais do que me fazem sofrer quero que lhes dê o céu".
.Os frutos

Suas filhas, confiadas nas palavras da Madre, permaneceram unidas sob a orientação do Padre Daniel Diez Garcia, que tinha ajudado e assistido durante os últimos anos de sua vida. Em 1947 chegaram a Logronho e, em maio de 1948, o Sr. Bispo D. Fidel Garcia Martinez as aprovou canonicamente como Pia União sob o nome de "Obra Missionária de Jesus e Maria". Em 1961 foram aprovadas como Congregação de Direito Diocesano e, em 1981 foram declaradas de Direito Pontifício.

A Congregação conta na atualidade com 220 religiosas, espalhadas em 22 casas em diversos pontos da Espanha, Colômbia, Equador, Venezuela, Itália e Moçambique.

A fama de santidade da Venerável Maria Pilar Izquierdo foi acreditada de tal forma que, o Sr. Bispo de Calahorra, A Calçada-Logronho, Mons. Francisco Alvarez Martinez, viu oportuno iniciar a Causa de Beatificação e Canonização. O Processo diocesano realizou-se de 1983 a 1988.
Em 18 de dezembro de 2000. S. S. o Papa João Paulo II declarou a heroicidade das virtudes e em 7 de julho de 2001 aprovou o milagre atribuído a sua intercessão.

No momento da Beatificação de Maria Pilar, a congregação tem sua sede principal em Logronho, Espanha; e conta com mais de 200 religiosas espalhadas em três continentes: Europa, América e África, com um total de 22 casas entre Espanha, Colômbia, Equador, Venezuela, Itália e Moçambique.

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