Os esforços do papa Francisco pela paz na Terra Santa continuam. A Santa Sé confirmou que na tarde de ontem (5) o papa Francisco conversou por telefone com o presidente do Irã, Ebrahim Raisi.

Este telefonema se soma às diversas conversas que o papa teve com vários líderes desde que a guerra entre Israel e o Hamas, grupo terrorista que controla Gaza, começou em 7 de outubro.

A Santa Sé se limitou a confirmar que a conversa ocorreu a pedido de Ebrahim Raisi que, segundo um comunicado da presidência iraniana, agradeceu ao papa por seus chamados à paz.

Raisi pediu ao papa Francisco que exerça a sua influência no Ocidente para acabar com os ataques em Gaza, que ele chamou de “o maior genocídio do século”.

Também pediu que o papa Francisco explique “corretamente a posição dos oprimidos e do opressor” no conflito.

Na sua última aparição pública, no Ângelus de ontem (5), o papa Francisco renovou o seu apelo ao cessar-fogo e pediu “que todos os caminhos sejam seguidos para que a ampliação do conflito possa ser evitada a todo custo, os feridos possam ser socorridos e a ajuda chegue ao povo de Gaza, onde a situação humanitária é muito grave".

Ele também pediu a libertação imediata dos reféns detidos pelo Hamas em Gaza, especialmente crianças.

O conflito

O conflito entre Israel e os árabes data da criação do Estado judeu. Em 1948, as Nações Unidas decidiram que o protetorado britânico na região deveria ser dividido entre dois estados, um para os judeus e outro para os árabes da região. Jerusalém seria uma cidade internacional devido à sua importância como local sagrado para judeus, cristãos e muçulmanos.

Os judeus aceitaram imediatamente a resolução e fundaram Israel. Os países árabes rejeitaram a ideia de um estado judeu. O Egito, a Síria e a Jordânia invadiram o território atribuído pela ONU ao Estado árabe e declararam guerra a Israel.

Em 1967, na Guerra dos Seis Dias, Israel invadiu os territórios ocupados pela Jordânia, Egito e Síria, incluindo Jerusalém, então ocupada pela Jordânia.

Em 1993, Israel e a Organização para a Libertação da Palestina assinaram um tratado de paz conhecido como Acordo de Oslo. A Autoridade Palestiniana assumiu o controle parcial da Faixa de Gaza e da Cisjordânia em troca do reconhecimento da existência de Israel.

O Hamas, um grupo radical islâmico formado em 1987, nunca aceitou o acordo de Oslo e iniciou uma luta tanto contra a Fatah, o grupo que controla a Autoridade Palestiniana, como contra Israel. Desde 2007, após ser eleito pela primeira vez, o Hamas controla a Faixa de Gaza. O Fatah continua no controle da Cisjordânia.

No dia 7 de outubro, o grupo terrorista islâmico Hamas invadiu Israel a partir da Faixa de Gaza. Também nesse mesmo dia, centenas de mísseis foram lançados em território israelense. Mais de mil civis morreram e cerca de 200 pessoas foram sequestradas. Em retaliação, Israel respondeu com a “Operação Espada de Ferro”, uma série de bombardeios e ataques terrestres contra Gaza, com número desconhecido de vítimas, além do bloqueio da área.

Papa Francisco, a Santa Sé e a busca por “caminhos de paz”

No dia 23 de outubro o papa Francisco conversou sobre o conflito com o presidente dos EUA, Joe Biden, para encontrar “caminhos de paz”.

Francisco também recebeu um telefonema no dia 26 de outubro do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, com quem discutiu a dramática situação na Terra Santa.

Em 27 de outubro, o secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, pediu que se evitasse uma escalada na guerra entre Israel e o Hamas, e anunciou um possível encontro entre o papa Francisco e as famílias dos reféns que o grupo terrorista mantém em Gaza.

O secretário para as Relações com os Estados, dom Paul Gallagher, também conversou por telefone com Hossein Amir-Abdollahian, ministro das Relações Exteriores do Irã, no dia 30 de outubro.

Na conversa, proposta pelo presidente iraniano, dom Gallagher manifestou “a séria preocupação da Santa Sé sobre o que está acontecendo em Israel e na Palestina”.

Mais em

No dia 3 de novembro, a Santa Sé confirmou que o papa Francisco conversou por telefone com Mahmud Abbas, presidente da Palestina.