O papa Leão XIV está saindo hoje (6) de Roma, menos de dois meses depois do início de seu pontificado, para passar duas semanas numa propriedade pontifícia na cidade litorânea italiana de Castel Gandolfo, que fica 29 km ao sul de Roma. Castel Gandolfo é chamada às vezes de a “segunda Cidade do Vaticano”. 

O papa vai ficar na imponente vila papal de Castel Gandolfo, um palácio fortificado do século XVII que fica nas colinas Albanas, às margens do lago Albano, "para um período de descanso" da tarde de hoje (6) à tarde de 20 de julho,  disse a Santa Sé no mês passado. Leão XIV fará aparições públicas em Castel Gandolfo em dois domingos, 13 e 20 de julho, mas, fora isso, suas audiências públicas e privadas serão suspensas nesse período.

Leão XIV também vai passar três dias em Castel Gandolfo na festa da Assunção de Nossa Senhora, que é feriado prolongado na Itália de 15 a 17 de agosto.

A estadia do papa na propriedade pontifícia de cerca de 546 mil m², com várias propriedades, amplos jardins e uma fazenda, é a continuação de uma tradição papal secular de descanso de verão.

Jardins vaticanos em Castel Gandolfo, Itália. Courtney Mares/EWTN
Jardins vaticanos em Castel Gandolfo, Itália. Courtney Mares/EWTN

Enquanto o antecessor imediato de Leão XIV, o papa Francisco, escolheu não usar a região como refúgio de verão, os papas Bento XVI e são João Paulo II escaparam do calor intenso de Roma passando meses em recreação, estudo e trabalho na cidade no topo da colina.

Segundo o Vatican News, serviço oficial de informações da Santa Sé, o papa fez uma rápida visita a Castel Gandolfo na última quinta-feira (3) à tarde para verificar as reformas na Villa Barberini, onde ficará hospedado.

Uma quadra de tênis também foi instalada recentemente na propriedade para o papa, que é tenista amador, disse o jornal New York Times, dos EUA. A piscina também está sendo reformada em antecipação à chegada de Leão XIV.

Papas anteriores fizeram retiros no palácio pontifício da propriedade, fica na divisa da cidade de Castel Gandolfo e dos jardins vaticanos da cidade, abrindo-se para a Piazza della Libertà (Praça da Liberdade).

Mas em 2016, o papa Francisco transformou o palácio papal de Castel Gandolfo num museu. Dois anos antes, ele havia aberto os jardins ao público para visitação.

O palácio e os jardins ficarão abertos ao público na estadia de Leão XIV, já que ele viverá em um palazzo diferente no local — a Villa Barberini.

A “segunda Cidade do Vaticano”

Os laços papais com Castel Gandolfo remontam a 1596. O lugar tornou-se residência papal oficial 30 anos depois. O arquiteto barroco Gian Lorenzo Bernini posteriormente ampliou a propriedade, construída pelo imperador romano Domiciano no século I d.C.

O território foi concedido à Santa Sé como uma possessão extraterritorial sob o Tratado de Latrão, em 1929. 

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Desde então, os papas venerável Pio XII, são João XXIII, são Paulo VI, são João Paulo II e Bento XVI passaram pelo menos parte dos verões italianos em Castel Gandolfo, onde rezavam a oração do Ângelus dominical e interagiam com os habitantes da cidade.

Os jardins vaticanos em Castel Gandolfo ficam nas encostas arborizadas das colinas Albanas, com vista para as águas azuis de um pequeno lago na cratera de um vulcão. Courtney Mares/EWTN
Os jardins vaticanos em Castel Gandolfo ficam nas encostas arborizadas das colinas Albanas, com vista para as águas azuis de um pequeno lago na cratera de um vulcão. Courtney Mares/EWTN

Os papas também recebiam ocasionalmente visitas importantes. E a atmosfera tranquila e os jardins pitorescos proporcionam um espaço restaurador para ler, escrever e fazer caminhadas — ou, no caso de são João Paulo II, um mergulho na piscina da propriedade.

Para Bento XVI, a vila era um dos refúgios de verão favoritos em seu pontificado. Ele também escolheu ficar nela por alguns tempos depois de renunciar ao papado.

“Desde 1628, os papas vivem em Castel Gandolfo. Alguns mais, outros menos, mas sua presença tem sido constante”, disse Alberto de Angelis à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, no mês passado. “Alguns mais, outros menos, mas sua presença tem sido constante. Esta é uma cidade acostumada ao cotidiano do papa”.

Rezando com Leão XIV

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Parte da presença papal em Castel Gandolfo é a oportunidade de rezar o Ângelus dominical com Leão XIV. O público poderá ver o papa Leão em Castel Gandolfo nas mensagens do Ângelus em 13 e 20 de julho, que ele vai dizer na Piazza della Libertà, em frente ao palácio pontifício.

Cerca de quatro semanas depois de voltar ao Vaticano, o papa vai voltar por três dias a Castel Gandolfo, onde vai rezar o Ângelus em 15 de agosto, solenidade da Assunção de Nossa Senhora, e em 17 de agosto, um domingo.

Como visitar Castel Gandolfo

Os ingressos para visitar o palácio papal de Castel Gandolfo ou seus jardins (Borgo Laudato si') podem ser reservados no site oficial dos Museus do Vaticano para um fim de semana ou dia de semana.

A cidade de Castel Gandolfo, que fica acima do lago Albano, de origem vulcânica, também é um local agradável para um passeio. A cidade faz parte da região ao sul de Roma conhecida como Castelli Romani (Castelos Romanos).

O papa Francisco "fez muito pela cidade, abrindo as portas da residência papal e dos jardins”, diz o prefeito de Castel Gandolfo. “Mas agora, Leão XIV devolverá à cidade sua conexão diária com o papa: o Ângelus, as visitas, o contato com o povo. Queremos viver tudo isso novamente".

Saindo de Roma, é possível chegar a Castel Gandolfo de trem ou de carro.