“Neste momento é preciso que todos nós com clareza, reafirmemos a nossa opção pela vida! A vida é dom de Deus, a vida é sagrada! Vida sim, morte não!, disse o arcebispo de Brasília (DF), cardeal Paulo Cezar Costa em vídeo sobre a descriminalização do aborto que teve seu julgamento iniciado no plenário virtual do Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 22 de setembro pela presidente do STF, ministra Rosa Weber e foi suspensa na madrugada do mesmo dia, pelo ministro Luís Roberto Barroso.

Para o cardeal Paulo Cezar, que participará do Sínodo da Sinodalidade, no Vaticano de 4 a 29 de outubro de 2023, “o aborto é um atentado contra a vida humana”. Citando “o 5º mandamento”, não matarás, dom Paulo Cezar disse que todas as pessoas são chamadas a não matar e ressaltou. “Oaborto é matar, é matar uma vida humana”. “Por isso, a igreja não pode em momento algum ser a favor do aborto”, frisou.

Igualmente , o arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta disse em vídeo que “questões políticas têm levado a questões jurídicas de querer levar ao nosso país a condenar inocentes à morte”. “Isso já com sangue de crianças nas mãos de tantas pessoas”, destacou dom Orani.

“Não podemos deixar que o nosso país faça isso com as crianças inocentes, como já conhecemos nas Escrituras, quando Herodes fez com as crianças de Belém”.

O arcebispo citava a passagem do Evangelho Segundo São Mateus 2, 16-18, que conta como o rei Herodes, na tentativa de eliminar o menino Jesus mandou matar todos os meninos com menos de dois anos nascido em belém. Ao mesmo tempo, caríssimos amigos irmãos, é preciso rezar para que não entre essa maldade em nosso país”, exortou o arcebispo do Rio de Janeiro. 

Ainda sobre a possível legalização do aborto no Brasil pelo STF, o bispo de Piracicaba (SP), dom Devair Araújo da Fonseca que estava com sua diocese em peregrinação no santuário nacional de Aparecida (SP), celebrou uma missa no santuário no sábado, 23 de setembro e ao final da celebração, antes do ato de consagração a Nossa Senhora Aparecida lembrou do julgamento do aborto no STF e afirmou que a igreja católica é absolutamente contrária “a qualquer lei que favoreça o aborto em qualquer momento que seja”.

“Nós aceitamos a palavra de Deus e recusamos, repudiamos qualquer lei que se coloque a favor do aborto”, declarou o bispo de Piracicaba que ainda no momento “da consagração” à Nossa Senhora Aparecida, pediu aos presentes que colocassem naquela hora “a vida dos ministros do Supremo que ainda não votaram” sobre o aborto no STF, “para que Deus possa tocar a vida deles, para que possam ser tocados pela graça de Deus e que possam recusar a aprovação desta lei”.

Também no sábado, o arcebispo de Niterói (RJ), dom José Francisco Rezende Dias fez uma nota sobre o tema e destacou que “alguns desses projetos de lei” já “foram apresentados no Congresso Nacional, sem obter êxito”. E “essa é a razão pela qual entidades insatisfeitas passaram a propor ações, perante o Supremo Tribunal Federal, com o objetivo de alterar o Código Penal para tornar legal a prática do aborto no Brasil”.

Segundo dom José Francisco “esta estratégia ilegítima, culminou” na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442, proposta desde março de 2017 pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) “que pretende legalizar o aborto até 12 semanas, 3 meses de gestação”. “Esse projeto, além de ameaçar a vida ao defender o aborto, também é uma ameaça aos alicerces da democracia brasileira”, declarou o arcebispo.

Dom José Francisco ainda reforçou em seu comunicado que “unindo sua voz à sensibilidade do povo brasileiro, maciçamente contrário a qualquer forma de legalização do aborto, a igreja denuncia a cultura da morte e manifesta-se, expressamente, em defesa vida humana nascente”.