14 de nov de 2025 às 15:37
O papa Leão XIV falou da urgência de “refletir sobre a fé” para combater o risco de vazio cultural na abertura do ano acadêmico na Pontifícia Universidade Lateranense hoje (14).
A cerimônia é feita anualmente como a abertura oficial das atividades universitárias para cerca de mil alunos. Pouco antes das 11h, o papa chegou ao salão principal da universidade. Ele estava acompanhado pelo bispo auxiliar de Roma, cardeal Baltasare Reina.
Depois de uma breve saudação de Leão XIV, o público cantou o hino Veni Creator e, em seguida, o cardeal Reina tomou a palavra para saudar o papa.
Em seu discurso, o papa Leão XIV falou uma qualidade única da universidade: a ligação "muito especial" dela com o sucessor de Pedro, característica que constitui, desde as origens dela, a própria essência de sua identidade e missão. A Universidade Lateranense foi fundada em 1773 pelo papa Clemente XIV.
O papa referiu-se a ela como "um centro privilegiado no qual a doutrina da Igreja universal é elaborada, recebida, desenvolvida e contextualizada".
“Hoje precisamos urgentemente pensar na fé para expressá-la nos cenários e desafios culturais atuais, mas também para combater o risco de um vazio cultural que, em nossa época, está se tornando cada vez mais invasivo”, disse ele.
Assim, Leão XIV disse que a Faculdade de Teologia é chamada a "refletir sobre o depósito da fé e a trazer à tona a beleza e credibilidade dele em diferentes contextos contemporâneos", enquanto o estudo da Filosofia "deve ser orientado para a busca da verdade".
O papa exortou os estudantes de direito, direito canônico e direito civil a "considerarem cuidadosamente os processos administrativos, um desafio urgente para a Igreja". Ele destacou os programas de estudo em Estudos da Paz e Ecologia e Meio Ambiente, instituídos pelo papa Francisco, dizendo que eles são "parte essencial do magistério recente da Igreja".
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Leão XIV disse que a “formação de pessoas” é o cerne da missão da Universidade Lateranense e exortou os membros dela a terem “os olhos e os corações voltados para o futuro” e a enfrentarem os desafios contemporâneos.
O papa os encorajou a serem um “sinal profético de comunhão e fraternidade” e propôs a formação acadêmica como antídoto para o individualismo e a autorreferencialidade, os preconceitos e a “liderança solitária”.
Ele falou sobre a importância do rigor científico, que “muitas vezes não recebe o reconhecimento que merece” devido a “preconceitos profundamente enraizados que, infelizmente, persistem até mesmo dentro da comunidade da Igreja”. Leão XIV disse que a pesquisa científica e o esforço da busca são necessários. "Precisamos de leigos e sacerdotes preparados e competentes", disse o papa.
“O objetivo do processo educacional e acadêmico deve ser formar pessoas que, guiadas pelos princípios da gratuidade e pela paixão pela verdade e pela justiça, possam construir um mundo novo, solidário e fraterno”, disse Leão XIV.
Ao fim do discurso, o papa disse que "é necessário se comprometer a pensar sobre a fé" e exortou as pessoas a sondar o mistério da fé cristã com paixão e em diálogo com o mundo.
“A Universidade Lateranense ocupa um lugar especial no coração do papa, e ele encoraja vocês a sonharem alto, a imaginarem espaços possíveis para o cristianismo do futuro e a trabalharem com alegria para que todos possam descobrir Cristo e, n’Ele, encontrar a plenitude a que aspiram”, concluiu Leão XIV.






