O prefeito do Rio de Janeiro (RJ), Eduardo Paes (PSD), convidou o papa Leão XIV para celebrar missa no Cristo Redentor pelo centenário do monumento, em 2031. Paes esteve com o papa na audiência geral de quarta-feira (12), no Vaticano.

Segundo o santuário do Cristo Redentor, “o convite nasceu de uma conversa entre o arcebispo do Rio, cardeal Orani João Tempesta, o reitor do santuário, padre Omar Raposo, o vice-prefeito Eduardo Cavaliere e o próprio prefeito Eduardo Paes, durante a recepção ao príncipe de Gales William, herdeiro do trono da Inglaterra, no dia 5 de novembro.

Em suas redes sociais, Paes disse que, além do convite para o centenário do Cristo Redentor, entregou ao papa as chaves da cidade “para que sua santidade pudesse abençoá-la”.

Cristo Redentor

O monumento do Cristo Redentor foi construído entre 1922 e 1931, ano em que foi inaugurado no dia 12 de outubro. Mas, sua origem remonta à época do Império.

Desde 1859, o padre lazarista francês Pierre-Marie Boss olhava para o Corcovado da janela da Igreja do Colégio da Imaculada Conceição, na Praia de Botafogo, e foi inspirado a construir ali um monumento religioso. Ele deixou seu sonho registrado em um poema no prólogo da edição de 1903 do livro Imitação de Cristo: “Ó Corcovado! Lá se ergue o gigante de pedra alcantilado, altaneiro e triste, como interrogando o horizonte imenso: ‘Quando virá? Há tantos séculos espero. Sim, aqui está o pedestal único no mundo. Quando virá a estátua colossal, imagem de quem me fez?’. Ai, Brasil amado! Acorda depressa, levanta naquele cume sublime a imagem de Jesus Salvador! Nem todos, por causas diversas, lerão o Livro, ao passo que em todas as línguas e linguagens a imagem dirá ao grande e ao pequeno, ao sábio e ao analfabeto…”

Paroquiana do padre Boss, a princesa Isabel sabia desse desejo do sacerdote. Depois da assinatura da Lei Áurea, que aboliu a escravidão em 1888, a princesa foi chamada de “redentora” e quiseram homenageá-la com uma estátua dela no Corcovado. Ela, porém, preferiu que a imagem fosse do Sagrado Coração de Jesus, “verdadeiro redentor dos homens”. Com a derrubada do Império e a Proclamação da República, em 1889, houve a separação entre Igreja e Estado e o projeto não seguiu em frente.

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Em 1921, com os preparativos para o centenário da independência do Brasil, o Círculo Católico, uma associação que reunia leigos católicos, decidiu prosseguir com o sonho da construção do monumento ao Sagrado Coração de Jesus. Um concurso para escolha do projeto apontou o engenheiro Heitor da Silva Costa como vencedor. Seu projeto era de uma imagem de Jesus sobre um pedestal, segurando uma grande cruz com a mão esquerda, e o globo com a mão direita.

O então arcebispo do Rio de Janeiro, dom Sebastião Leme, promoveu uma grande campanha a fim de arrecadar fundos para a construção contando com a colaboração da comunidade católica do país todo. A ideia era que o Cristo Redentor fosse construído apenas com dinheiro proveniente de doações dos brasileiros.

Dom Sebastião Leme pediu ao engenheiro Heitor da Silva Costa um novo projeto, de maior significado religioso e que pudesse ser visto a grandes distâncias. Ao observar as enormes antenas de radiotelefonia sobre o Corcovado, o engenheiro teve a ideia de construir uma imagem em que o corpo do Cristo formasse uma cruz, com o tronco ereto e os braços abertos.

Uma das solicitações feitas por Dom Sebastião Leme ao engenheiro foi que o Sagrado Coração de Jesus fosse colocado. Então, um coração foi moldado no peito do Cristo, única parte interna revestida de pedra-sabão.

Feito de concreto armado e revestido de pedra-sabão, o Cristo Redentor tem 30 metros de altura e fica sobre um pedestal de oito metros. Os braços da imagem se estendem por 28 metros de largura.

Na inauguração do monumento, em 12 de outubro de 1931, dom Sebastião Leme fez a consagração do Brasil a Cristo Rei, com uma oração composta pela serva de Deus madre Maria José de Jesus, priora do Convento de Santa Teresa. O arcebispo abençoou o monumento com as palavras: “Cristo vence! Cristo reina! Cristo impera! Cristo proteja de todo mal o seu Brasil!”.

Em 2006, no 75° aniversário de inauguração, cardeal Eusébio Oscar Scheidt, arcebispo do Rio de Janeiro, criou o Santuário Arquidiocesano do Cristo Redentor do Corcovado. No ano seguinte, o Cristo Redentor foi eleito uma das sete maravilhas do mundo moderno.