O papa Leão XIV elogiou o amor silencioso, livre da escravidão e das aparências, das freiras enclausuradas numa sociedade "orientada para a exterioridade".

O papa fez isso numa audiência no Vaticano com participantes da assembleia federal ordinária da Federação dos Mosteiros Agostinianos da Itália.

Em discurso, proferido na Aula Paulo VI, no Vaticano, Leão XIV falou sobre a “dimensão sinodal” da Igreja e a importância de “caminharmos juntos”, algo a que — lembrou ele — o papa Francisco convidou especialmente no pontificado dele.

Falando sobre a dimensão contemplativa das monjas agostinianas, o papa Leão XIV disse que o fundador da ordem, santo Agostinho, falou na obra Confissões sobre a alegria concedida "àqueles que servem ao Senhor por puro amor".

Sob essa perspectiva, o papa exortou as freiras a abraçarem “a vida enclausurada com fervor”, algo que, disse ele, “lhes dará paz e conforto, e àqueles que batem à porta de seus mosteiros, uma mensagem de esperança mais eloquente do que mil palavras”.

Leão XIV então falou sobre o testemunho de caridade das freiras agostinianas enclausuradas e as aconselhou, a fim de "espalhar o bom aroma de Deus por todo o mundo", a se esforçarem para "amar umas às outras com sincero afeto, como irmãs, e a levar em seus corações, em segredo, todo homem e mulher deste mundo, para apresentá-los ao Pai em suas orações".

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“Numa sociedade tão focada nas aparências, onde, para ganhar visibilidade e aplausos, as pessoas por vezes não hesitam em violar o respeito devido aos outros e aos seus sentimentos, que o seu exemplo de amor silencioso e discreto nos ajude a redescobrir o valor da caridade cotidiana e discreta, atenta à essência do amor verdadeiro e livre da escravidão das aparências”, disse o papa.

Ao fim de seu discurso, Leão XIV falou sobre o caráter comunitário da Federação dos Mosteiros Agostinianos da Itália, um modo “associativo” promovido pelo venerável papa Pio XII para fomentar a fraternidade entre os mosteiros com o mesmo carisma.

“É um desafio exigente, do qual, no entanto, não se pode escapar, mesmo ao custo de fazer escolhas difíceis e sacrifícios, e de superar uma certa tentação de autorreferencialidade que por vezes se pode insinuar nos nossos ambientes”, disse Leão XIV.

Concluindo, o papa agradeceu-lhes por tudo o que fazem pelo Povo de Deus e prometeu-lhes "a lembrança em oração e a bênção de todo o coração".