A Igreja na Itália fez sua III Assembleia Sinodal de modo privado, onde o Documento Síntese da Jornada Sinodal, intitulado Fermento de Paz e Esperança, foi aprovado por 781 votos de 809 votantes.

Um total de 900 pessoas, entre bispos, delegados diocesanos e convidados, participaram da assembleia em Roma no último sábado (25). A votação do documento teve que ser adiada em abril devido à falta de consenso. As conclusões desse documento orientarão os trabalhos da assembleia-geral, que vai ocorrer no mês que vem.

Entre as medidas aprovadas, embora com menos votos a favor — 625 a favor e 188 contra — há o apoio da Conferência Episcopal Italiana (CEI) ao "aprofundamento das questões relacionadas ao diaconato feminino iniciado pela Santa Sé".

O documento também dá sinal verde para a Igreja na Itália apoiar "dias contra a violência e discriminação de gênero, pedofilia, bullying, feminicídio, homofobia e transfobia", promovidos pela sociedade civil.

A atribuição permanente de funções de liderança pastoral e administrativa a leigos também foi votada a favor — com 636 votos a favor — e a possibilidade de criar novos ministérios para leigos, assim como dar ferramentas para promover a transparência, com 781 votos.

O arcebispo de Bolonha, Itália, cardeal Matteo Zuppi, presidente da CEI, disse que o documento será o tema central da próxima assembleia-geral e, portanto, cabe aos pastores "abraçá-lo plenamente".

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Segundo ele, o relatório é "uma evolução dos congressos eclesiais que marcaram o caminho da Igreja na Itália no período pós-conciliar. Sempre caminhando ao lado da Igreja universal, com seu sínodo geral, para viver e transmitir a fé na tradição e na comunhão".

"O caminho sinodal, marcado pela oração, pela escuta e pela participação, ajudou-nos a redescobrir o modo de vida e a missão da Igreja” disse Zuppi. “E isso, num tempo novo para todos, acreditamos que constitui a beleza de anunciar o Evangelho: uma beleza que chama a encarnar-se nas nossas vidas e a proclamá-la às mulheres e aos homens de hoje".

O bispo Erio Castellucci, presidente da Comissão para o Caminho Sinodal, disse que o documento "não pretende ser um texto doutrinário", mas defende a corresponsabilidade, "que implica a renovação dos organismos participativos dentro das comunidades, uma liderança mais compartilhada das comunidades cristãs, um papel mais reconhecido para as mulheres e uma expansão dos ministérios não só em torno do altar, mas também no pleno sentido de presença na comunidade e na sociedade em geral".

O frade Sabino Chialà, prior de Bose, enfatizou na abertura da sessão que "não podemos caminhar permanecendo os mesmos. Porque, ao caminhar, encontramos novos rostos, e com eles surgem questões de sentido e desafios inesperados, que exigem decisões. Decisões que não traem, mas aprofundam o depósito da fé, e nos ajudam a compreender melhor e a permanecer fiéis ao Evangelho de Jesus Cristo".

A votação do Documento Síntese foi feita eletronicamente, por escrutínio secreto, com as opções: "favorável" ou "desfavorável". Ela foi dividida numa introdução; uma primeira parte com 55 propostas; uma segunda parte com 37 propostas; uma terceira parte com 32 propostas; e uma parte final sobre o Documento Síntese como um todo.