Um evento pró-vida do grupo Católicos da Universidade Federal da Bahia (UFBA) que seria realizado ontem (8), Dia do Nascituro, foi vetado pela universidade por medo de protestos. “UFBA pela vida - Brasil sem aborto, drogas e eutanásia 2.0” seria no auditório do PAF-1 (Campus da UFBA – Ondina), mas a coordenação de Instalações de Uso Coletivo de Ensino, Pesquisa e Extensão (CIEPE) da UFBA não autorizou o uso do auditório 48 horas antes do evento, embora o pedido tenha sido feito em junho.

O evento foi substituído por uma missa pelo dia do Nascituro, na Igreja da Piedade, no Largo da Piedade, em Salvador.

“Eu compreendo que é um debate muito tenso na sociedade, inclusive uma das razões pelas quais a gente optou pelo cancelamento também foram informações de segurança”, disse o coordenador do CIEPE, João Oliveira Rios. “A gente tem aqui no prédio um serviço de portaria apenas. E nós temos uma quantidade enorme de estudantes aqui. E dada a proporção, nós poderíamos ter uma situação bem mais complicada, como já teve outras no passado aqui com relação a isso. Então, a gente também precisa preservar pela segurança das pessoas, inclusive o pessoal que viria participar aqui”.

O responsável pelo agendamento do evento, professor da UFBA Marcos Vasconcelos, membro da Pastoral Universitária, disse a ACI Digital que o agendamento do evento foi confirmado pelo chefe de Pavilhão de Aulas da Federação (PAF I), Luiz Fernando Santos no dia 27 de junho.

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“Salientamos que a organização do evento em defesa da vida provém da própria comunidade acadêmica da UFBA, por meio de alunos e professores que comungam deste entendimento, de modo que impedir o evento expõe uma postura de intolerância contra este grupo”, declarou a Pastoral Universitária da UFBA ontem (8), em nota. “Independente deste cancelamento, professores e alunos continuarão com suas atividades de defesa da vida, no dia-a-dia e em futuras ocasiões de aprofundamento acadêmico neste tema”.

A Pastoral Universitária também disse que, desde que iniciaram a divulgação do evento pela vida na UFBA, têm “recebido diversas hostilidades pelas redes sociais, provenientes de grupos que discordam” da atuação do grupo, em favor da “promoção do direito à vida desde a concepção, até o seu declínio natural”.

“Acreditamos que a cultura do encontro deve ser promovida, por meio da formação de pontes de diálogo entre aqueles que pensam diferente, contribuindo, assim, para a edificação de uma sociedade mais fraterna” e “entendemos que o ambiente universitário deve zelar pela diversidade de ideias e pela proteção de todas os segmentos, a fim de que não seja sufocado nenhum grupo que, de forma legítima e pacífica, queira expressar sua forma de pensar e produzir ciência”, disse a Pastoral.