Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, nomeado bispo do Marajó (PA) em 3 de novembro de 2023, disse que vai “iniciar” seu “serviço na prelazia” no dia “27 de julho de 2024”. A posse estava marcada para o dia 13 de janeiro, mas foi adiada depois da mobilização surgida pelo anúncio de que o bispo emérito do Marajó, dom José Luis Azcona Hermoso, deveria deixar a ilha. Essa decisão foi cancelada depois da mobilização.

O anúncio da data de início do serviço de dom Ionilton no Marajó foi feito em mensagem publicada hoje (19) nas redes sociais da prelazia de Itacoatiara (AM), da qual era bispo e é atual administrador.

Dom Ionilton contou que se reuniu “algumas vezes com o núncio apostólico, dom Giambattista Diquattro, representante do papa no Brasil” durante a 61ª Assembleia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que aconteceu de 10 a 19 de abril, em Aparecida (SP).

“Nestas reuniões fomos conversando e avaliando a minha transferência para a prelazia do Marajó, já comunicada em 03 de novembro de 2023. Foi escutado o padre Casimiro [Skorki], administrador da prelazia do Marajó e os bispos do Regional Norte 2 da CNBB. Avaliou-se que as dificuldades surgidas no mês de dezembro de 2023 foram superadas e que o Vaticano confirma a minha transferência”, disse.

Em 9 de dezembro de 2023, o administrado diocesano da prelazia do Marajó, padre Casimiro Skorki, disse em um comunicado que o núncio apostólico no Brasil tinha ligado para dom Azcona informando que ele não poderia mais morar no território da prelazia, sem dizer quais seriam os motivos para essa decisão.

Depois desse anúncio, marajoaras fizeram manifestações em diferentes locais da prelazia e nas redes sociais, pedindo a permanência do bispo emérito. Instituições do Marajó também publicaram notas “de apoio à permanência de dom Azcona” na prelazia.

Os padres do Marajó também pediram que a decisão de proibir dom Azcona de ficar na prelazia fosse revista. Em uma nota do dia 13 de dezembro, a prelazia informou que os padres tinham se reunido no encontro anual do clero com o bispo nomeado dom José Ionilton. Na nota, os sacerdotes expressaram que “o desejo do povo pela permanência de dom José Azcona no território marajoara” correspondia ao deles. Também informaram que tinham enviado uma carta à nunciatura apostólica no Brasil, “juntamente com dom José Ionilton, em espírito de comunhão”, pedindo “esclarecimentos sobre a decisão pela saída de dom José Azcona do território da prelazia do Marajó” e solicitando “que tal decisão, para o bem dos fiéis”, fosse “revista”.

Em 26 de dezembro, o administrador diocesano disse em um comunicado que dom Azcona não teria mais que deixar o Marajó. Também informou que a posse de dom Ionilton seria adiada e que a nova data seria “marcada com o núncio apostólico”.

 Dom José Ionilton Lisboa nasceu no dia 9 de março de 1962 em Araci (BA). Em 21 de janeiro de 1990, professou seus votos na congregação Sociedade das Divinas Vocações (SDV), conhecida como Vocacionistas. Foi ordenado padre no dia 19 de janeiro de 1992, em sua cidade natal.

Em 19 de abril de 2017, foi nomeado bispo da prelazia de Itacoatiara, função que exerceu até sua nomeação para o Marajó.

Em 2018, foi eleito vice-presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e, em 2021, assumiu interinamente a presidência da CPT. Atualmente, é secretário da REPAM-Brasil. Em 2019, ele participou do Sínodo da Amazônia, no Vaticano.