Cinco novas denúncias de abusos cometidos pelo padre Marko Rupnik foram apresentadas ao Dicastério para a Doutrina da Fé em Roma. Em outubro de 2023 o papa Francisco suspendeu a prescrição do caso, permitindo a abertura de investigações contra o ex-jesuíta acusado de abusos sexuais, espirituais e psicológicos contra ao menos 20 mulheres ao longo de décadas.

Segundo a agência italiana de notícias Ansa, os depoimentos de cinco supostas vítimas foram apresentados ao dicastério pela advogada italiana Laura Sgrò no dia 3 de abril.

Entre as denunciantes estão duas mulheres que fizeram sua primeira aparição pública em fevereiro deste ano. Outras duas são de casos até agora desconhecidos.

Primeira aparição pública de duas supostas vítimas

No dia 21 de fevereiro, Mirjam Kovak, que diz não ter sofrido abusos sexuais, mas abusos espirituais e de consciência, e Gloria Branciani, contaram durante uma coletiva de imprensa em Roma o que viveram na Comunidade Loyola, instituição fundada pelo padre Rupnik na Eslovênia no início dos anos 1990.

O que se sabe sobre a investigação do caso?

Nenhuma atualização sobre a investigação do padre Rupnik veio à tona desde que o papa Francisco suspendeu o prazo de prescrição do caso em outubro passado.

Segundo a Santa Sé, Francisco pediu ao Dicastério para a Doutrina da Fé que analisasse as denúncias para iniciar um novo processo.

No entanto, a aparição pública inesperada de duas supostas vítimas marcou uma reviravolta nos acontecimentos.

Horas depois do final da longa coletiva de imprensa feita em Roma, a Sala de Imprensa da Santa Sé emitiu um comunicado através de um breve e-mail dirigido aos jornalistas credenciados junto à Santa Sé.

A mensagem dizia que “o caso está sendo examinado atualmente pelo Dicastério para a Doutrina da Fé” e que “nos últimos meses, seguindo a ordem recebida do papa no final de outubro, o dicastério entrou em contato com as instituições envolvidas de várias formas no caso para receber todas as informações disponíveis sobre o caso”.

A Sala de Imprensa acrescentou que agora se trata de “estudar a documentação adquirida para determinar quais os procedimentos que serão possíveis e úteis aplicar”, depois de ter ampliado “o raio da busca a realidades não contactadas anteriormente” e depois de ter recebido as suas respostas.

Até agora, o padre Rupnik, que também é um artista mundialmente famoso, não fez nenhuma declaração. Ele continua vivendo em Roma, mas está incardinado numa diocese da sua Eslovênia natal desde outubro de 2023.