O papa Francisco nomeou dom Daniele Libanori, exorcista durante 14 anos e comissário da comunidade Loyola fundada pelo ex-jesuíta padre Marko Rupnik, seu conselheiro para a vida consagrada.

“O Romano Pontífice nomeou assessor do Santo Padre para a Vida Consagrada sua excelência reverendíssima dom Daniele Libanori, S.I., até agora bispo auxiliar da diocese de Roma”, diz comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé publicado no sábado (6).

Quem é o bispo jesuíta Daniele Libanori?

Dom Daniele Libanori nasceu em Ferrara, Itália, em 27 de maio de 1953. Tem 70 anos. Foi ordenado sacerdote em 11 de junho de 1977. Entrou para a Companhia de Jesus, jesuítas, em 26 de dezembro de 1991 e emitiu os votos solenes em 18 de outubro de 2002.

Segundo nota da diocese de Roma, durante 14 anos, entre 2004 e 2018, foi exorcista na Pastoral do Exorcismo.

Entre 2017 e 2018 atuou como comissário extraordinário da arquiconfraria de San Giuseppe dei Falegnami e em 2017 foi também regente do Secretariado Nacional do Apostolado da Oração e membro do Serviço de Formação Permanente do Clero.

O papa Francisco nomeou-o bispo auxiliar da diocese de Roma em 23 de novembro de 2017, recebendo a consagração episcopal em 13 de janeiro de 2018. É membro do Dicastério para as Causas dos Santos.

No dia 2 de abril de 2021, Quinta-feira Santa, e a pedido do papa Francisco, dom Daniele Libanori ordenou ao sacerdócio Livinus Esomchi, que morreu três semanas depois com leucemia.

Abusos sexuais na Igreja: O caso Rupnik

O padre Marko Rupnik é um padre e ex-jesuíta, bem como um famoso artista católico, acusado de ter cometido graves abusos sexuais, espirituais e psicológicos contra ao menos 20 mulheres na Comunidade Loyola que ele cofundou na Eslovênia.

Na qualidade de comissário da Santa Sé para aquela comunidade, dissolvida em dezembro de 2023, dom Daniel Libanori confirmou a veracidade dos abusos contra as freiras dos quais Rupnik é acusado.

Depois de várias punições, como a excomunhão em 2020 por ter confessado uma das suas vítimas, a Companhia de Jesus expulsou o padre Rupnik da ordem em julho de 2023.

Pouco depois, em setembro, o papa Francisco suspendeu a prescrição do caso e ordenou que o Dicastério para a Doutrina da Fé iniciasse um processo, depois de detectar “graves problemas na forma como foi tratado”.

Em outubro do mesmo ano, um bispo da Eslovênia informou que Rupnik foi recebido na diocese de Koper para ali exercer seu ministério sacerdotal, já que “presume-se a sua inocência”.