“A Igreja está com vocês, aliada aos povos indígenas e seus conhecimentos, e aliada à ciência para fazer com que a fraternidade e a amizade social cresçam no mundo”, disse o papa Francisco hoje (14), ao receber os participantes num encontro sobre “Conhecimento dos povos indígenas e as ciências” promovido pelas Pontifícias Academias de Ciências e Ciências Sociais.

O papa, como fez em muitas das audiências e encontros nas últimas semanas, entregou a leitura da sua intervenção a um colaborador por causa de alguns problemas de saúde, nesta ocasião, ao padre Pierluiggi Girolli.

Francisco exortou os participantes a “extrair da herança de sabedoria dos seus antepassados ​​e dos frutos da investigação nos seus laboratórios a seiva para continuarem a trabalhar juntos pela verdade, pela liberdade, pelo diálogo, pela justiça e pela paz”.

Para o papa, este tipo de encontros são, antes de tudo, uma oportunidade de “escuta recíproca” que permite aprender com a sabedoria ancestral dos povos indígenas e com os estudos da ciência moderna.

Também disse que contribuem para que as organizações internacionais “reconheçam e respeitem a riqueza da diversidade dentro da grande família humana”.

“No tecido da humanidade existem diferentes culturas, tradições, espiritualidades e línguas que devem ser protegidas, porque a sua perda constituiria para todos nós um empobrecimento do conhecimento, da identidade e da memória”.

O papa defendeu também que os investimentos “sejam direcionados decisivamente para a promoção da fraternidade humana, justiça e paz”. Este objetivo, disse, “requer uma conversão, uma visão alternativa àquela que hoje empurra o mundo para o caminho do conflito crescente”.

“No diálogo entre o conhecimento indígena e a ciência, devemos ter claramente em mente que todo esse patrimônio de conhecimento deve ser empregado como meio de superar conflitos de maneira não violenta e combater a pobreza e as novas formas de escravidão”, continuou o papa.

O papa também recordou neste contexto, como o fez na sua encíclica Laudato si, que “Deus nos fez guardiões e não senhores do planeta: somos todos chamados a uma conversão ecológica” que implica um compromisso de “salvar a nossa casa comum” e “viver a solidariedade intergeracional para salvaguardar a vida das gerações futuras.”

“Acompanho-vos com a minha oração e, respeitando as convicções de cada um, invoco sobre vós a bênção de Deus. E você também, à sua maneira, reze por mim”, concluiu o texto do papa.