O arcebispo de Santa Fé de la Vera Cruz, Argentina, dom Sergio Fenoy, assinou o édito que faz uma consulta aos fiéis sobre a santidade da irmã Cecilia Maria da Santa Face, freira carmelita da província de Neuquén, que morreu de câncer aos 42 anos.  Este é o processo prévio à abertura da causa de canonização.

Datado de 14 de fevereiro de 2024, o édito traz a assinatura do arcebispo de Santa Fé, pois a freira viveu no carmelo que fica na arquidiocese entre 1997 e 2016, ano de sua morte.

Seu testemunho de “amor e confiança em Jesus Cristo, mesmo em meio às provações mais difíceis, despertou em muitos corações o desejo de um maior compromisso com a vida cristã”, diz o édito.

Por isso, “tendo crescido, ao longo dos anos, a sua fama de santidade e de sinais”, foi aprovado o início do processo preliminar de abertura da sua causa de canonização, depois do pedido formal do postulador, frei Marco Chiesa.

O documento convida os fiéis a comunicarem todas as informações das quais possam, de alguma forma, deduzir elementos favoráveis ​​ou contrários à reputação de santidade da irmã Cecilia Maria da Santa Face, por e-mail para cancilleria@arquisantafe.org.ar, ou por correio postal à arquidiocese de Santa Fé de la Vera Cruz (Av. Gral. López 2720, Santa Fé).

No âmbito do processo, a arquidiocese pede aqueles que tenham escritos atribuídos à autoria da irmã Cecília, que os mande o mais rápido possível.

O édito ficará publicado por três meses tanto na catedral de Santa Fé quanto no Carmelo de São José e Santa Teresa, bem como nas basílicas e santuários arquidiocesanos. Também será publicado nos meios de comunicação oficiais da arquidiocese, bem como em qualquer lugar ligado à figura da irmã Cecília

Quem foi a irmã Cecília da Santa Face?

Cecilia María Sánchez Sorondo nasceu em 5 de dezembro de 1973 em San Martín de los Andes, Neuquén, Argentina. Aos 24 anos entrou para o mosteiro das carmelitas descalças da cidade de Santa Fé, recebendo o nome de Cecília Maria da Santa Face.

Ela era extrovertida, espontânea, feliz e personificava em sua vida a amizade com Cristo e o amor ao próximo. Dedicava-se à oração e à vida contemplativa, tocava violino e era conhecida pela sua doçura e sorriso permanente.

Ela foi diagnosticada com câncer de língua e a doença piorou por causa da metástase pulmonar, então ela teve que ser internada. Mas ela não deixou de rezar e de oferecer os seus sofrimentos, certa de que o seu encontro com Deus estava próximo.

Seu último desejo, que escreveu em um pedaço de papel, foi: “Estava pensando em como queria que fosse meu funeral. Primeiro, um pouco de oração forte e, depois, uma grande festa para todos - não se esqueçam de orar, mas também não se esqueçam de celebrar!”.

Seu testemunho e as fotos de seus últimos dias deram a volta ao mundo, especialmente porque ela manteve seu sorriso característico até o momento de sua morte, que ocorreu em Buenos Aires em 23 de junho de 2016.