O papa Francisco recebeu no sábado (20), no Vaticano o bispo auxiliar de Manágua, Nicarágua, dom Silvio José Báez, que vive no exílio há alguns anos. O encontro aconteceu poucos dias depois que Daniel Ortega permitiu a partida de dois bispos, 15 sacerdotes e dois seminaristas para Roma.

A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou a notícia brevemente, afirmando que "o santo padre Francisco recebeu esta manhã em audiência" “dom Silvio José Báez Ortega, bispo titular de Zica, auxiliar de Manágua, Nicarágua”, sem dar mais detalhes.

Em sua conta na rede social X, o bispo comentou: "O papa Francisco me convidou para visitá-lo e me recebeu hoje no Vaticano. Sou grato por seu afeto fraterno e suas sábias palavras".

"Ele me confirmou como bispo auxiliar de Manágua e me mostrou seu interesse e amor pela Nicarágua. Decidimos nos encontrar várias vezes mais durante este ano", acrescentou.

A audiência entre o papa e dom Báez aconteceu dois dias depois que o secretário da Santa Sé para as Relações com os Estados, o arcebispo Richard Gallagher, disse em uma coletiva de imprensa que "não foi fácil" tirar os 19 líderes católicos da Nicarágua.

Segundo a pesquisadora Martha Patricia Molina, autora do relatório ‘Nicarágua: Uma igreja perseguida?’, nos últimos dias e depois da saída dos 19, o governo da Nicarágua sequestrou três padres e os expulsou do país.

Dom Báez vive atualmente em Miami, EUA, e costuma celebrar a missa dominical na igreja de santa Agatha. Em abril de 2019, o bispo deixou a Nicarágua diante das ameaças e da perseguição do governo de Daniel Ortega e de sua esposa e vice-presidente Rosario Murillo, para servir na igreja de Roma, de onde mais tarde se mudou para os EUA.

No dia 15 de janeiro, dom Báez, em meio as lágrimas, confirmou a partida dos 19 líderes das prisões nicaraguenses para Roma, incluindo dom Rolando Álvarez, que ficou injustamente preso por 500 dias, e dom Isidoro Mora, bispo de Siuna.

"Digo isso com profunda alegria", disse o bispo nicaraguense na ocasiãoia. "Eu também conto isso para que possamos dar graças ao Senhor, esse é o poder da oração do povo de Deus.

"A criminosa ditadura sandinista de Daniel Ortega não foi capaz de derrotar o poder de Deus", disse, ao destacar que todos os deportados "eram inocentes".