O papa Francisco teve uma audiência hoje (29) com o prefeito emérito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica, cardeal Raymond Burke, disse a Santa Sé. Não foi informado o motivo da reunião, nem detalhes da audiência foram divulgados pela assessoria de imprensa.

O cardeal não comentou a reunião de hoje (29).

O papa teria cortado salário e a moradia no Vaticano a que Burke, como cardeal, tem direito. O papa teria alegado que Burke é fonte de “desunião” na Igreja e usa os privilégios concedidos aos cardeais reformados contra a Igreja.

Francisco teria confirmado no final de novembro que planejava tirar o apartamento e o salário do bispo.

Austen Ivereigh, biógrafo do papa e muito próximo a ele, escreveu no final de novembro que o papa Francisco lhe dissera que a notícia sobre Burke não era para ser anunciada em público, mas que havia vazado para a imprensa.

Em 2021, Burke divulgou uma declaração de 19 pontos sobre o motu proprio Traditionis custodes do papa Francisco, na qual chamou as restrições da Santa Sé à missa tradicional em Latim de “severas e revolucionárias” e questionou a autoridade do papa para revogar o uso do rito.

Burke foi um dos cinco cardeais que enviaram uma lista de dubia ao papa pedindo esclarecimentos sobre pontos de doutrina e disciplina antes do Sínodo da Sinodalidade no Vaticano em outubro.

Os cardeais haviam apresentado uma versão anterior das dubia a Francisco em julho, mas o papa respondeu sem a forma habitual de respostas “sim” e “não”, o que levou os cardeais a apresentarem um pedido revisado de esclarecimento. As respostas “respostas não resolveram as dúvidas que tínhamos levantado, mas, quando muito, aprofundaram-nas”, afirmaram na época.

Burke sublinhou mais tarde que as dubia não pretendiam ser um ataque a Francisco, afirmando que as questões diziam respeito “exclusivamente à doutrina e disciplina perenes da Igreja, e não à agenda de um papa”.