O papa Francisco recebeu hoje (30) no Vaticano uma delegação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023. Francisco agradeceu pelo evento internacional que aconteceu na capital portuguesa de 1º a 6 de agosto e pediu que se dê continuidade ao que foi vivido na jornada.

“Meus amigos, não deixeis que nada se perca daquela JMJ que nasceu, cresceu, floriu e frutificou nas vossas mãos, extasiadas com a abundante multiplicação de pedaços de Céu feitos gente, que brotavam de todo o lado e até mesmo de onde não se esperava”, disse em discurso preparado para o encontro.

Por causa de seus problemas de saúde, o papa não leu o discurso que havia preparado. O texto foi lido por monsenhor Ferreira da Costa, sacerdote português que trabalha na Secretaria de Estado da Santa Sé.

Francisco pronunciou algumas palavras de improviso aos presentes. Ele disse ter levado de Lisboa “uma emoção muito grande”. “Recordo tanta gente simples, tanta. Também me lembro dos pastéis, são muito bons”, brincou.

O papa disse ter consigo ainda o rosário que ganhou de Maria da Conceição Brito Mendonça, de 106 anos, que nasceu em 13 de maio de 1917, dia da primeira aparição de Nossa Senhora de Fátima.

 Lembrou o encontro com Edna Rodrigues, de 19 anos, que sofre de uma doença grave e “tinha oferecido à vida pela jornada, pensando que ia morrer antes”. Recordou também os filhos de uma francesa de 62 anos que morreu durante a estadia em Lisboa.

Participaram da audiência com o papa Francisco centenas de pessoas, entre voluntários, parceiros empresariais e responsáveis da Igreja e das entidades públicas envolvidas na organização da JMJ 2023, segundo a Agência Ecclesia.

No discurso lido por monsenhor Costa, o papa manifestou aos presentes sua gratidão “e a da Igreja inteira, concretamente dos jovens”. “Foi-vos confiada a realização daquele encontro mundial. E vós, fortes, com o auxílio de muitos e uma graça extraordinária de Deus, não nos desiludistes”, disse.

“Deixastes-nos um luminoso exemplo de como é possível compartilhar uma missão, sem deixar ninguém de fora; antes, conseguistes trazer para o centro quem até agora tinha vivido marginalizado”, disse. O papa pediu aos presentes que continuem “a sonhar juntos” e a “envolver em ondas sucessivas novos companheiros sonhadores de uma sociedade feita por todos e no respeito de cada um”.

“Vou repetindo e fico contente ao ver que muitos já fazem eco: ‘todos, todos, todos!’”, destacou, ao recordar as palavras que disse aos jovens na cerimônia de acolhida da JMJ Lisboa 2023, quando afirmou que “na Igreja há lugar para todos”.

“Seja vosso título de glória e honra trazer de volta e sentar à mesa comum quem ficou para trás”, disse o papa à delegação da JMJ Lisboa 2023.

“Obrigado a todos e a todas! Deus vos pague o bem que fizestes aos jovens e a mim, à cidade de Lisboa e a quantos, de todo o mundo, para lá dirigiram os seus passos e o seu coração. Por favor, continuai a apontar e a impelir-nos para as dimensões universais do coração de Deus”, concluiu.