11 de dezembro de 2025 Doar
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Cristãos na Nigéria continuam resilientes em meio a ataques de grupos extremistas, diz padre

Padre Maurice Emelu. | EWTN Alemanha

Cristãos na Nigéria continuam demonstrando resiliência e vitalidade em meio a ataques violentos de grupos extremistas como o Boko Haram, disse um padre do país da África ocidental.

Em recente entrevista com Christian Peschken, da EWTN Germany, agência em alemão da EWTN, o padre Maurice Emelu, agora cidadão americano e fundador do Ministério Gratia Vobis, fala sobre a extraordinária capacidade da fé na Nigéria de florescer “em solo árido”.

“Na Nigéria, a fé cresce justamente onde a vida tenta destruí-la. Nosso povo não romantiza a dor; eles descobrem Cristo nela”, disse Emelu. “A Igreja prospera não porque nossos desafios sejam pequenos, mas porque a graça é persistente. A graça tem o poder de florescer em solo árido”.

Tentando descrever a perseguição aos cristãos na Nigéria, ele disse: “O sofrimento aqui tem um rosto… A violência e os assassinatos acontecem com uma frequência tão assombrosa que parece irreal. As pessoas me dizem que muitos assassinatos sequer chegam à mídia. A dor é simplesmente insuportável”.

Apesar do sofrimento, a esperança arde ainda mais forte. "Esses fiéis literalmente caminham corajosamente até a igreja... enfrentando balas flamejantes no rosto", disse o teólogo e professor nigeriano. "Eles são verdadeiros heróis e testemunhas do Senhor crucificado".

Emelu disse que os padres e religiosos que atuam na Nigéria vivem sob extrema pressão: noites sem dormir, ameaças constantes e populações paroquiais enormes.

Ele identificou quatro virtudes essenciais para o ministério em tal ambiente: resiliência interior, humildade de presença, integridade inabalável e o que ele chama de “amor contagiante”.

'Permanecer firme na tempestade e ainda assim falar de paz'

“Um padre nigeriano precisa aprender a permanecer firme em meio à tempestade e ainda assim transmitir a mensagem de paz”, disse Emelu, que é diretor dos programas de pós-graduação em marketing digital e estratégia de comunicação, além de professor assistente de comunicação na Universidade John Carroll, no Estado de Ohio, nos EUA.

As necessidades entre os cristãos nigerianos são muitas, disse Emelu, ressaltando que organizações como a dele, assim como grupos como a Cáritas Católica, já estão atuando. No entanto, ele disse que a dimensão da crise exige muito mais.

O padre disse que o clero da diocese católica de Orlu, Nigéria, acredita que a Igreja global pode ajudar oferecendo acompanhamento espiritual, formação, apoio à saúde mental e o dom do simples reconhecimento.

“Às vezes, o maior apoio é ser visto, verdadeiramente visto, pelos sacrifícios que fazemos”, disse e acrescentou que, no terreno, é urgentemente necessária ajuda financeira para reconstruir casas, igrejas e escolas.

Emelu disse que os jovens nigerianos estão entre os mais vibrantes da Igreja, mas estão "sobrecarregados pelas exigências da sobrevivência".

O padre acredita que a Igreja deve falar às suas almas e à sua realidade social. Isso significa, antes de tudo, enraizá-los em Cristo. "Um jovem ancorado em Cristo pode permanecer firme mesmo quando o mundo ao seu redor estremece", disse.

O sacerdote, que presta consultoria à Pax Press Agency Geneva sobre o envolvimento da Santa Sé na Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, Suíça, disse que a formação espiritual por si só não basta.

Segundo ele, a Igreja também deve investir na formação da consciência, na imaginação, na alfabetização digital crítica e na orientação ética, inclusive em tecnologias emergentes como a inteligência artificial (IA), um tema que o papa elevou a um patamar global.

Apesar da violência no norte da Nigéria, Emelu disse que muitos muçulmanos não apoiam o extremismo e que uma colaboração inter-religiosa significativa já existe e deve continuar.

Nesse ambiente frágil, ele diz que a espiritualidade católica exerce um poder imenso.

“A Eucaristia, a devoção mariana e o perdão não são virtudes superficiais; são forças transformadoras”, disse o padre. “A Eucaristia nos ensina que a comunhão é mais forte que o conflito. Nossa Senhora nos mostra como permanecer aos pés da Cruz sem deixar que o ódio crie raízes”.

O padre disse que o perdão também é realismo radical: “É coragem espiritual. Protege o coração enquanto a verdade guia a voz. A paz não vem de evitar a verdade, mas de falar a verdade com um coração purificado pelo amor”.

O padre Emelu disse que a Igreja da Nigéria é um motor missionário para o mundo católico e destacou três dons que o país oferece à Igreja universal: a capacidade de sofrer, a alegria em meio ao sofrimento e o zelo missionário. "Isso se vê em milhares de padres nigerianos revitalizando paróquias ao redor do mundo".

Para Emelu, o testemunho da Nigéria é simples e sacramental: “A esperança não é uma ideia. É algo que se pode tocar — numa refeição, num gesto, numa palavra”.

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“A Nigéria me ensinou que a santidade se esconde no ordinário — se você tiver olhos para ver”, disse. “A resiliência do nosso povo é um catecismo vivo”.

 

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