1 de dez de 2025 às 15:54
A Christian Solidarity Worldwide (CSW) comemorou a libertação de 24 meninas que tinham sido sequestradas em 17 de novembro na escola secundária feminina Government Girls Secondary School, no estado de Kebbi, no noroeste da Nigéria.
Em um relatório publicado na quarta-feira (26), Scot Bower, diretor executivo da CSW, uma organização de direitos humanos com sede no Reino Unido, elogiou a eficácia das forças de segurança em conseguir a libertação das meninas e expressou preocupação com a falta de detenções dos responsáveis, que, segundo ele, continuam agindo com impunidade.
“A CSW comemora a libertação das 24 meninas sequestradas de sua escola no Estado de Kebbi no início deste mês”, disse Bower no relatório, destacando que o resgate foi realizado por meio de uma operação que envolveu unidades táticas da polícia, militares e grupos de vigilantes.
“O envio adicional de unidades táticas da polícia e de pessoal militar demonstra que as autoridades nigerianas são capazes de responder às ameaças terroristas na região”, acrescentou.
Mas, o diretor da CSW lamentou que “a escassez de informações sobre resgates em que os perpetradores parecem não enfrentar consequências não só é desconcertante, como também mina a confiança pública e o Estado de Direito”.
Segundo relatos, os agressores armados teriam entrado no recinto escolar escalando os muros por volta das 4h do dia 17 de novembro, assassinando o vice-diretor e deixando gravemente ferido um segurança, que depois morreu no hospital.
As meninas foram sequestradas pouco depois que um destacamento militar abandonou as instalações da escola.
Segundo o relatório da CSW, a libertação coincidiu com a notícia da morte do reverendo James Audu, da Igreja Evangélica Winning All (ECWA), na aldeia de Ekati, na área do governo local de Patigi, Estado de Kwara.
O líder religioso tinha sido sequestrado em 28 de agosto. Seus sequestradores exigiram inicialmente 100 milhões de nairas (cerca de US$ 68.706), valor que foi negociado para 5 milhões de nairas (cerca de US$ 3.460). No entanto, depois de receberem o pagamento acordado, os sequestradores exigiram mais 45 milhões (cerca de US$ 31.100) e supostamente o assassinaram antes que as negociações pudessem continuar.
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Também foi relatado o sequestro de pelo menos oito pessoas — dois homens e seis mulheres — na aldeia de Biresawa, na área do governo local de Tsanyawa, Estado de Kano, em um ataque armado ocorrido entre 23h e meia-noite do dia 24 de novembro.
Em 23 de novembro, treze jovens entre 15 e 20 anos foram sequestradas pela Província do Estado Islâmico na África Ocidental enquanto colhiam em terras agrícolas no Estado de Borno. Uma delas conseguiu escapar e afirma-se que a maioria dos habitantes fugiu da zona.
O Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas alertou que o aumento da insegurança no norte da Nigéria, incluindo o aumento dos ataques, está gerando níveis de fome sem precedentes, afetando especialmente as comunidades agrícolas rurais.
A Conferência dos Bispos Católicos da Nigéria publicou um comunicado em 25 de novembro, instando o governo a agir com firmeza para restabelecer a segurança e apontando vários fatos recentes, como o assassinato de mais de 70 pessoas, a destruição de pelo menos 300 casas e o deslocamento de mais de 3 mil famílias nas comunidades de Kufai Ahmadu e Chanchanji, na área do governo local de Takum, Estado de Taraba, em uma série de ataques perpetrados por milícias fulani.
Os bispos exigiram justiça para Deborah Emmanuel (também conhecida como Deborah Yakubu), a estudante cristã assassinada extrajudicialmente em sua escola no Estado de Sokoto depois de uma acusação não comprovada de blasfêmia, “uma vez que a impunidade nesses casos mina o Estado de Direito e coloca em risco os direitos de todos os cidadãos”.
No relatório, o diretor da CSW expressou suas mais profundas condolências à família, entes queridos e comunidade do reverendo James Audu, pela morte dele nas mãos dos sequestradores, e fez um apelo urgente para que essa ameaça seja detida.
“Apelamos a uma resposta decisiva diante do recente aumento de ataques e sequestros que, mais uma vez, são apenas uma amostra da violência que as comunidades cristãs têm sofrido nos estados do norte e centro da Nigéria há mais de uma década”, concluiu Bower.



