O padre Jatau Luka Joseph disse que homens armados invadiram as escolas primária e secundária católicas de St. Mary’s em Papiri, Estado de Níger, nas primeiras horas de 21 de novembro, sequestrando “alguns alunos, estudantes, professores e um agente de segurança que foi gravemente ferido a tiros”.

“O incidente ocorreu entre 1h e 3h da manhã, causando medo e angústia na comunidade escolar”, disse ele.

“A diocese católica de Kontagora condena veementemente o ataque e expressa profunda preocupação com a segurança das crianças sequestradas e de suas famílias”, disse Luka Joseph.

Num comunicado divulgado à ACI Africa, agência de notícias da EWTN na África, o secretário diocesano da diocese nigeriana exortou uma ação nacional mais incisiva contra a insegurança.

Ele disse que as agências de segurança foram imediatamente informadas e iniciaram esforços coordenados para garantir o resgate e o retorno seguros das vítimas.

O bispo de Kontagora, Bulus Yohana Dauwa, disse ao público que a diocese está "colaborando ativamente com agentes de segurança, líderes comunitários e autoridades governamentais".

 

 

A diocese pediu ao público que “mantenha a calma, apoie os esforços de segurança e continue a rezar pela volta segura e rápida de todos os sequestrados”. Ela reafirmou seu compromisso com a proteção das crianças e prometeu fornecer atualizações adicionais à medida que informações verificadas estiverem disponíveis.

A declaração divulgada pelo secretário diocesano diz: “Que o Senhor conceda rápida libertação aos sequestrados e continue a proteger Seu povo de todo perigo. Com orações e solidariedade”.

A Nigéria tem enfrentado uma onda de violência orquestrada por gangues, cujos membros fazem ataques indiscriminados, sequestros para resgate e, em alguns casos, assassinatos.

A insurgência do grupo terrorista islâmico Boko Haram tem sido um grande desafio no país desde 2009, um grupo que visa transformar o país mais populoso da África numa nação islâmica.

A situação de insegurança em muitas outras partes do país foi ainda mais complicada pelo envolvimento de milícias formadas por pastores fulani, etnia predominantemente muçulmana da Nigéria.

O ataque e os sequestros da última sexta-feira seguem uma série de outros sequestros que tiveram como alvo membros do clero no país mais populoso da África.

Em 17 de novembro, o padre Bobbo Paschal foi sequestrado de sua residência quando homens armados atacaram a paróquia de Santo Estêvão, na arquidiocese de Kaduna. No ataque, várias pessoas foram sequestradas e o irmão de um sacerdote, o padre Anthony Yero, foi morto.

A arquidiocese desmentiu, em 20 de novembro, as notícias que circulavam nas redes sociais de que Paschal teria sido assassinado.

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Em 18 de novembro, Dauwa expressou preocupação com a segurança das crianças no país da África ocidental, depois do sequestro, em 17 de novembro, de 25 alunas da Escola Secundária Abrangente Feminina do Governo em Maga, no Estado de Kebbi.

Ele descreveu o incidente como um lembrete trágico de que o país não é mais “seguro para suas crianças”.

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Dauwa descreveu o sequestro como parte de uma onda crescente de violência que assola Kebbi e partes do Estado de Níger. "Nunca esteve tão ruim”, disse ele à ACI África,. “As pessoas dormem no mato porque não têm para onde fugir".

Em 17 de novembro, uma das 25 meninas sequestradas conseguiu escapar e agora está em segurança, confirmaram as autoridades, segundo a ACI África.

A estudante que conseguiu escapar chegou em casa no fim da noite da última segunda-feira, horas depois do sequestro, segundo o diretor da escola, Musa Rabi Magaji.

Enquanto a comunidade internacional expressava preocupação, o papa Leão XIV falou sobre a crise na noite de 18 de novembro, ao deixar a residência papal em Castel Gandolfo.

Respondendo a uma pergunta da EWTN News, o papa lamentou a insegurança contínua e pediu esforços renovados para proteger todos os civis.

“Na Nigéria, em certas áreas, certamente existe um perigo para os cristãos — mas para todas as pessoas”, disse o papa Leão XIV. “Cristãos e muçulmanos têm sido massacrados. Há uma questão de terrorismo, uma questão ligada à economia e ao controle da terra”.

Leão XIV disse que muitos cristãos morreram e enfatizou que qualquer solução a longo prazo deve envolver a cooperação entre as comunidades religiosas, as autoridades civis e o governo nigeriano.

“É muito importante buscar um modo de promover a verdadeira liberdade religiosa”, disse ele.

Em julho, três seminaristas menores foram sequestrados num ataque armado ao seminário menor da Imaculada Conceição, na diocese de Auchi, Nigéria. Os três sofreram meses de tortura, apesar dos apelos aos sequestradores e do pagamento de resgates. Dois dos seminaristas foram libertados depois, enquanto o terceiro morreu em cativeiro.

O presidente dos EUA, Donald Trump, designou recentemente a Nigéria como um país de preocupação especial (CPC, na sigla em inglês) — uma medida que, segundo o padre Hyacinth Ichoku, vice-reitor da universidade Veritas em Abuja, oferece aos líderes nacionais do país da África ocidental uma oportunidade de colaboração internacional, em vez de um ato de hostilidade.

“Qualquer pessoa que possa nos apoiar com equipamentos e ajudar nossos soldados em sua guerra contra bandidos deve ser incentivada”, disse Ichoku à ACI Africa em 7 de novembro, na 14ª palestra de formatura da Universidade Veritas. “É isso que Trump quer para o nosso país”.