11 de dez de 2025 às 11:37
A organização de direitos humanos Christian Solidarity Worldwide, com sede no Reino Unido, comemorou a libertação de 100 crianças em idade escolar, que estavam entre as 303 crianças sequestradas em 21 de novembro das escolas primária e secundária católicas de St. Mary, na comunidade de Papiri, no Estado de Níger, Nigéria, sob a jurisdição da diocese católica de Kontagora.
Em um comunicado divulgado à ACI Africa, agência de notícias da EWTN na África, na terça-feira (9), representantes do grupo cristão pediram ao governo da Nigéria que garanta que as crianças recebam ajuda depois do trauma sofrido.
Segundo relatos, autoridades nigerianas conseguiram a libertação das crianças em 7 de dezembro, embora os detalhes de como isso foi alcançado permaneçam obscuros.
Confirmando a libertação à fundação pontifícia e de caridade católica Ajuda à Igreja que Sofre, o bispo de Kontagora, dom Bulus Dauwa Yohanna, disse: “É verdade. Até agora, 100 crianças foram libertadas. Agradecemos a Deus por tudo”.
No comunicado enviado por e-mail à ACI Africa, Scot Bower, diretor-executivo da Christian Solidarity Worldwide, disse ser solidário às crianças libertadas e aos seus familiares. “Desejamos a esses estudantes e suas famílias uma recuperação rápida e completa desse trauma e instamos as autoridades nigerianas a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para ajudá-los nesse processo”, disse.
"Os cidadãos nigerianos têm sido aterrorizados por múltiplos atores armados não estatais há muito tempo e precisam de proteção urgente e eficaz", acrescentou.
Bower desafiou o governo nigeriano a "não poupar esforços" para garantir a libertação de todos os cidadãos que estão atualmente em cativeiro, como os alunos e funcionários restantes das escolas católicas.
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Ele também instou às autoridades da Nigéria para que resolvam de modo decisivo a crise de segurança sem precedentes no país, buscando assistência internacional "sempre que possível e quando necessário".
Em 7 de dezembro, um total de 153 estudantes e 12 funcionários permaneciam em cativeiro.
Homens armados atacaram a Escola Primária e Secundária Católica de de St. Mary, no Estado de Níger, sequestrando 239 crianças da pré-escola e do ensino fundamental, 14 alunos do ensino médio e 12 funcionários do internato particular.
As mortes subsequentes de dois pais — Anthony Musa, pai de três jovens sequestrados, e uma mãe de outras crianças só conhecida como Esther — foram atribuídas ao trauma causado pelos sequestros.
Na rede social X, o deputado americano Riley Moore, republicano da Virgínia Ocidental, que apresentou uma resolução sobre a perseguição aos cristãos na Nigéria e visitou recentemente o país, elogiou o resgate de 7 de dezembro, que ele disse ser "uma demonstração positiva da crescente resposta do governo à situação de segurança".
Moore disse que discutiu "medidas e ações concretas" que, segundo ele, "se totalmente executadas... aumentarão a segurança em todo o país para todos os nigerianos, desarticularão e destruirão organizações terroristas no nordeste [da Nigéria] e impedirão o assassinato de cristãos... particularmente na região central do país".
A Nigéria passa por uma crise de segurança sem precedentes e multifacetada, disse a organização Christian Solidarity Worldwide, ressaltando que, embora a violência que ocorre nas regiões centrais do país — como Benue, sul de Kaduna, Kwara, Níger, Plateau e Taraba — tenha uma natureza claramente religiosa, nas áreas do noroeste da Nigéria, como Kano, Sokoto, Zamfara e a região norte do Estado de Kaduna, a violência geralmente se desenrola segundo linhas étnicas.





