A companhia aérea americana United Airlines chegou a um acordo com um comissário de bordo que disse ter sido demitido pela companhia aérea por apoiar as doutrinas da Igreja sobre casamento e gênero.

O ex-funcionário, Ruben Sanchez, de Anchorage, Estado do Alasca, EUA, disse que a United Airlines investigou seu histórico nas redes sociais depois que alguém revelou uma conversa privada que ele teve num voo com outro comissário de bordo católico.

“Sanchez e seu colega conversaram sobre suas condições de trabalho e o cotidiano”, diz a queixa de Sanchez. “Como ambos são católicos, a conversa se voltou para a teologia católica e, com o início das atividades do mês do Orgulho da United marcado para 1º de junho, para as doutrinas católicas sobre casamento e sexualidade”.

O Catecismo da Igreja Católica diz, no número 2.357, que “apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves a Tradição sempre declarou que os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados. São contrários à lei natural, fecham o ato sexual ao dom da vida, não procedem duma verdadeira complementaridade afetiva sexual, não podem, em caso algum, ser aprovados”.

A denúncia diz que um relato de um passageiro levou a United Airlines a investigar publicações na conta de Sanchez na rede social X, algumas com cerca de uma década. Ele disse que a companhia aérea expressou objeções sobre 35 das cerca de 140 mil publicações na plataforma de mídia social antes de demiti-lo.

Sanchez entrou com um processo por demissão injusta contra a United Airlines e contra o sindicato ao qual pertencia — a Association of Flight Attendants (Associação de Comissários de Voo) — por se recusarem a representá-lo.

Ele recebeu assistência jurídica da rede social X, que ajudou a intermediar o acordo.

“Estamos satisfeitos pela rede social X ter conseguido ajudar Ruben Sanchez a resolver amigavelmente a sua disputa com a United Airlines e a Associação de Comissários de Voo”, publicou a Equipe Global de Assuntos Governamentais da X na rede social.

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“A X mantém-se firme no seu compromisso de defender a liberdade de expressão na sua plataforma”, diz a publicação.

A maioria dos detalhes sobre o acordo não foi divulgada publicamente, exceto que ambas as partes arcarão com seus próprios custos e honorários advocatícios e que a queixa não poderá ser reapresentada.

A CNA, agência em inglês da EWTN, entrou em contato com a X e com a United Airlines para obter comentários, mas não recebeu resposta imediata.

A United Airlines já foi acusada de discriminação contra funcionários cristãos em outros casos.

A empresa enfrenta um processo movido por duas outras ex-funcionárias — Lacey Smith e Marli Brown — que acusam a companhia aérea de tê-las demitido por criticar por questões religiosas o apoio da empresa à lei da Igualdade.

A lei da Igualdade, que ainda não foi aprovada, adicionaria a orientação sexual e a identidade de gênero como categorias protegidas pelas leis federais de direitos civis. A Conferência dos Bispos Católicos dos EUA (USCCB, na sigla em inglês) se opõe à proposta de lei, dizendo que ela colocaria em risco a liberdade religiosa e forçaria hospitais católicos a "fazer e promover redesignações sexuais que alteram a vida das pessoas".

“Redesignação sexual” é o nome que se dá ao conjunto de procedimentos médicos usados para pessoas que se identificam com o sexo oposto. Pode incluir a administração de hormônios que alteram características sexuais secundárias, como quantidade de pelos no corpo e tom de voz, e cirurgias cosméticas para imitar os órgãos sexuais do sexo com que a pessoa passa a se identificar.

Smith e Brown são representadas pela organização jurídica cristã conservadora sem fins lucrativo First Liberty Institute. Um tribunal distrital federal dos EUA decidiu a favor da companhia aérea, e o caso está sendo analisado por um tribunal de apelações, que ouviu os argumentos orais em agosto.