“Colocamos os nossos pensamentos e energias ao serviço de um Deus que vem reinar não para nos dominar, mas para nos libertar”, disse o papa Leão XIV hoje (7), ao rezar a oração do Ângelus na Praça São Pedro, no Vaticano.

O papa lembrou que a passagem do Evangelho de hoje, do livro de são Mateus, "anuncia-nos a vinda do Reino de Deus" e destacou: "Antes de Jesus, surge em cena o seu Precursor, João Batista. Ele pregava no deserto da Judeia, dizendo: "Convertei-vos, porque está próximo o Reino do Céu!"".

“Na oração do Pai-Nosso, pedimos todos os dias: “Venha a nós o vosso reino". O próprio Jesus no-lo ensinou. E com esta invocação, orientamo-nos para o Novo que Deus tem reservado para nós, reconhecendo que o curso da história não é algo já determinado pelos poderosos deste mundo”, disse.

O papa observou que o próprio João “ficará surpreso com a forma como o Reino de Deus se manifestará em Jesus Cristo: na mansidão e na misericórdia”. E acrescentou: “Cada um de nós pode pensar numa surpresa semelhante que lhe aconteceu na vida”.

“É a experiência que a Igreja viveu no Concílio Vaticano II”, disse Leão XIV, ressaltando que é “uma experiência que se renova quando caminhamos juntos em direção ao Reino de Deus, todos ansiosos por acolhê-lo e servi-lo”.

"Então, não só brotam realidades que pareciam fracas ou marginais, mas realiza-se o que humanamente se diria impossível. Com as imagens do profeta: «o lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito; o novilho e o leão comerão juntos, e um menino os conduzirá"", disse o papa, citando Isaías.

“Como o mundo precisa desta esperança”, expressou o papa, frisando que “nada é impossível para Deus. Preparemo-nos para o seu Reino, acolhamo-lo. O menino, Jesus de Nazaré, guiar-nos-á!”.

“Não esqueçamos que a paz é possível!”, disse.     

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Depois da oração do Ângelus, o papa falou sobre a sua recente viagem à Turquia e ao Líbano, onde "com o estimado irmão Bartolomeu, Patriarca Ecuménico de Constantinopla, e os representantes de outras confissões cristãs", se reuniram "para rezar juntos em İznik, a antiga Niceia, onde há 1700 anos se realizou o primeiro Concílio Ecumênico".

“Hoje mesmo se comemora o 60º aniversário da Declaração comum entre Paulo VI e o Patriarca Atenágoras, que pôs fim às excomunhões recíprocas. Damos graças a Deus e renovamos o compromisso no caminho rumo à plena unidade visível de todos os cristãos", incentivou o papa.  

Sobre a sua viagem ao Líbano, ele disse: “O Líbano continua a ser um mosaico de convívio fraterno e consolou-me ouvir tantos testemunhos nesse sentido. Encontrei pessoas que anunciam o Evangelho acolhendo os deslocados, visitando os prisioneiros, partilhando o pão com os necessitados".

“Os libaneses esperavam uma palavra e uma presença de consolação, mas foram eles que me animaram com a sua fé e o seu entusiasmo!”, declarou.

“O que aconteceu nos últimos dias na Turquia e no Líbano ensina-nos que a paz é possível e que os cristãos, em diálogo com homens e mulheres de outras religiões e culturas, podem contribuir para a sua construção. Não esqueçamos que a paz é possível!”, disse

Solidariedade com as vítimas das enchentes no Sul e Sudeste Asiático

Em seguida, o papa expressou a sua solidariedade para com "os povos do Sul e do Sudeste Asiático", que foram "duramente provados pelos recentes desastres naturais", entre elas ciclones e tempestades tropicais que causaram mais de mil e quinhentas mortes nos últimos dias.

“Rezo pelas vítimas, pelas famílias que choram os seus entes queridos e por todos aqueles que prestam socorro. Exorto a comunidade internacional e todas as pessoas de boa vontade a apoiar com gestos de solidariedade os irmãos e irmãs dessas regiões”, disse o papa.