1 de dez de 2025 às 11:41
O papa Leão XIV disse hoje (1) aos bispos, padres, consagrados e agentes pastorais do Líbano que os cristãos podem permanecer firmes na esperança “mesmo quando ao nosso redor ressoa o barulho das armas e as próprias exigências da vida cotidiana se tornam um desafio”. Ele os exortou a olhar para a Virgem Maria como um modelo de fé em tempos sombrios e incertos.
No santuário de Nossa Senhora do Líbano, em Harissa, no segundo dia de sua visita apostólica, o papa disse que Maria ensina aos fiéis como perseverar quando a vida cotidiana se torna uma luta. “É estando com Maria junto à Cruz de Jesus que a nossa oração, ponte invisível que une os corações, dá-nos a força para continuar a esperar e a trabalhar”, disse.
Leão XIV recordou as palavras de são João Paulo II aos libaneses. “Do Líbano de hoje – dizia ele – vós sois responsáveis pela esperança”. O papa exortou os fiéis a cultivarem um clima de fraternidade onde quer que vivam e trabalhem. Ele enfatizou a necessidade de confiar uns nos outros para “fazer triunfar a força regeneradora do perdão e da misericórdia”, acrescentando que os frutos dessa mensagem são visíveis na resiliência do Líbano.
O papa comparou a fé a uma âncora que se mantém firme em meio à turbulência. “A nossa fé é uma âncora no céu”, disse. “Mantemos a nossa vida ancorada no céu? Que devemos fazer? Segurar a corda”.
Ele lembrou aos presentes que a paz requer amar sem medo e dar sem medida. Citando o papa Bento XVI, Leão XIV disse que os cristãos são chamados a celebrar “a vitória do amor sobre o ódio, do perdão sobre a vingança, do serviço sobre a prepotência, da humildade sobre o orgulho, da unidade sobre a divisão”, uma mensagem que, segundo ele, continua a guiar a missão da Igreja.
O papa foi recebido no encontro pelo clero e pelo reitor do santuário antes de se dirigir ao presbitério, onde foi saudado pelo patriarca católico armênio Raphaël Bedros XXI Minassian. A celebração incluiu orações, testemunhos, cânticos em árabe, a leitura do Evangelho (João 19,25-27), o Magnificat, o Pai Nosso, uma bênção, hinos marianos e a troca de presentes.
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O papa Leão XIV presenteou a Virgem Maria com uma Rosa de Ouro, um presente papal tradicional para os principais santuários marianos. O ornamento, um ramo de rosas douradas colocado em um vaso de prata sobre um mármore branco, traz o brasão papal e simboliza a devoção do papa à Mãe de Deus. Leão XIV disse que a fragrância da rosa convida os cristãos a serem “a fragrância de Cristo”, traçando um paralelo com a riqueza e diversidade das mesas familiares libanesas e encorajando os fiéis a viverem esse espírito de amor compartilhado todos os dias.
O papa destacou os testemunhos compartilhados durante o encontro. Padre Youhanna falou de Debbabiyé, onde cristãos, muçulmanos e refugiados vivem juntos em confiança mútua. Loren, um trabalhador migrante, apelou a todas as comunidades para que acolhessem aqueles que foram forçados a deixar suas casas, dizendo-lhes: “Bem-vindos ao lar”. Irmã Dima descreveu como manteve uma escola aberta durante a violência, ensinando as crianças a compartilhar “pão, medo e esperança”.
O papa observou que o santuário em si continua sendo “sinal de unidade para todo o povo libanês”. Elevando-se a cerca de 650 metros acima do nível do mar e a aproximadamente 26 quilômetros ao norte de Beirute, o santuário oferece uma vista panorâmica da baía de Jounieh e fica não muito longe de Bkerke, sede do patriarcado maronita. A estátua de bronze pintada de branco de Nossa Senhora do Líbano, com 8,5 metros de altura e pesando cerca de 15 toneladas, foi fundida na França e colocada no topo de um pedestal de pedra de 20 metros em forma de tronco de árvore. A basílica adjacente, projetada para evocar tanto um cedro quanto um navio fenício, acomoda cerca de 3,5 mil pessoas e se abre para a estátua mariana através de sua fachada de vidro. O local está sob responsabilidade dos missionários maronitas libaneses.
Mais tarde, na nunciatura apostólica, o papa Leão XIV recebeu o Conselho dos Patriarcas Católicos Orientais, junto com o secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, e o prefeito do dicastério para as Igrejas Orientais, cardeal Claudio Gugerotti. Em seguida, almoçou com eles e com os patriarcas ortodoxos do país, acompanhado pelo prefeito do dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos, cardeal Kurt Koch, em um gesto que ressalta a dimensão ecumênica de sua visita.




