25 de nov de 2025 às 13:15
“A Igreja é protagonista e está na vanguarda do enfrentamento das mudanças climáticas”, disse o arcebispo de Belém (PA), dom Júlio Endi Akamine. Para ele, a COP 30 não foi um divisor de águas, mas a continuidade de um caminho já trilhado, pois “a Igreja já está engajada nisso há muito tempo”.
Realizada na capital paraense entre 10 e 21 de novembro, a 30ª edição da Conferência das Partes da ONU sobre mudanças climáticas reuniu representantes de 194 países e da União Europeia. A arquidiocese de Belém acolheu a delegação da Santa Sé e promoveu atividades paralelas voltadas ao “cuidado com a Casa Comum, a Ecologia Integral e a Justiça Climática”, segundo o site da articulação Igreja Rumo à COP30, iniciativa coordenada pela CNBB em parceria com a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), o Movimento Laudato Si’, a Cáritas Brasileira e a Rede Eclesial Pan-Amazônica – Brasil (REPAM).
Em entrevista ao jornalista Silvonei José, do Vatican News, dom Júlio disse que a Igreja no Brasil já aborda o tema desde a década de 1970 e a Campanha da Fraternidade, já em 1979, foi “preserve o que é de todos”.
“A Igreja vê a natureza não somente como um depósito de grandes recursos naturais, de commodities, de mercadorias, de crédito, de carvão , acrescentou. “A Igreja não vê as coisas dessa maneira. A Igreja vê, não na ordem da economia, mas na ordem do amor. É a obra do Criador, destinada a todos”.
Para o arcebispo, as atividades organizadas pela Igreja durante a COP 30 são “uma continuidade, de um trabalho que nós recebemos das gerações anteriores. Graças a Deus, acho que nós honramos também isto que nós recebemos, e esperamos transmitir isso para as próximas gerações”.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
“Da parte da igreja, eu acho que a grande contribuição é o trabalho na conscientização das pessoas”, disse. “O trabalho árduo, trabalhar com a consciência, eu acho que essa é a grande contribuição que a gente pode dar”.
Segundo o arcebispo, a COP 30 “vai trazer para as pessoas uma consciência maior”. “o papa Francisco chamou atenção para isso, de que as mudanças do nosso modo de viver, do nosso comportamento, dos nossos hábitos de consumo e do uso dos bens da Terra”.
Para ele, essa mudança de comportamento pode dar “pouco resultado”, mas é o que está “na base das grandes mudanças que nós vamos ter que fazer”.
“Sem esse engajamento, esse comprometimento pessoal, consciente, responsável de cada um, as grandes mudanças não se farão”, alertou. “Podem até ser impostas, mas é muito melhor que as pessoas, de fato, assumam isso de maneira consciente e responsável”.
“Então, eu acho que o legado para a arquidiocese de Belém é exatamente esse. Isso me deixa muito esperançoso”, concluiu.

