18 de nov de 2025 às 10:28
“Como custódios da criação de Deus, somos chamados a agir com rapidez, fé e profecia para proteger o dom que Ele nos confiou”, disse o papa Leão XIV em mensagem em vídeo enviada às Igrejas particulares do Sul Global reunidas no Museu Amazônico de Belém (PA), por ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).
O papa disse que acompanha “a voz profética dos meus irmãos Cardeais na COP 30, dizendo ao mundo com palavras e gestos que a Amazônia continua sendo um sinal vivo da criação com uma urgente necessidade de cuidado”.
O arcebispo de Porto Alegre (RS), cardeal Jaime Spengler, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Episcopal Latino-americano e Caribenho (CELAM); o arcebispo de Kinshasa, República Democrática do Congo, cardeal Fridolin Ambongo, presidente do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar (Secam); e o arcebispo de Goa e Damão, cardeal Felipe Neri Ferrão, presidente das conferências episcopais da Ásia, participam de algumas atividades da COP 30, que acontece na capital paraense de 10 a 21 de novembro e reúne diversos líderes, cientistas e membros da sociedade civil de todo o mundo. Segundo as Nações Unidas, o evento tem como objetivo “discutir as medidas prioritárias necessárias para enfrentar as mudanças climáticas”.
“Vocês escolheram a esperança e a ação frente à desesperação, construindo uma comunidade global que trabalha em conjunto”, disse o papa, acrescentando que “tem se alcançado avanços, mas não suficientes. A esperança e a determinação devem se renovar, não só com palavras e aspirações, mas também com ações concretas”.
O papa alertou que “a criação clama em enchentes, secas, tormentas e um calor implacável. Uma de cada três pessoas vive em grande vulnerabilidade em consequência dessas mudanças. Para elas, a mudança climática não é uma ameaça distante. Ignorar essas pessoas é negar nossa humanidade compartilhada. Ainda há tempo para manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5 °C, mas a janela está se fechando”.
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O papa se referiu ao Acordo de Paris, assinado há dez anos pela comunidade internacional e do qual a Santa Sé é um dos 195 signatários. Segundo ele, o acordo impulsionou “um progresso real e continua sendo nossa ferramenta mais poderosa para proteger as pessoas e o planeta”.
“Mas devemos ser honestos: não é o Acordo que está falhando, senão nossa resposta. O que está falhando é a vontade política de alguns. A verdadeira liderança implica serviço e apoio em uma escala que possa fazer realmente a diferença”, disse.
Segundo Leão XIV, “ações climáticas mais contundentes criarão sistemas econômicos mais sólidos e justos. Medidas políticas e climáticas firmes constroem uma inversão em um mundo mais justo e estável”.
“Caminhamos junto com cientistas, lideranças e pastores de todas as nações e credos. Somos guardiões da criação, não rivais por seus bens. Enviemos juntos uma mensagem global clara: as nações permanecem unidas na firme solidariedade com o Acordo de Paris e a cooperação climática”, concluiu.

