19 de nov de 2025 às 14:28
“É somente retornando ao coração que a verdadeira transformação ecológica pode acontecer”, disse o arcebispo Giambattista Diquattro, núncio apostólico no Brasil e chefe adjunto da delegação da Santa Sé, no encontro de Alto nível na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), ontem (18), em Belém (PA).
Na sua fala diante dos representantes de vários países, dom Giambattista citou o papa Leão XIV, dizendo que a educação “deve combinar justiça social e justiça ambiental, promover a sobriedade e estilos de vida sustentáveis e formar consciências capazes de escolher não apenas o que é conveniente, mas o que é justo”.
Ele recordou a mensagem que o papa enviou à COP 30, na qual Leão XIV disse que as consequências das mudanças climáticas “colocam em risco a vida de todos neste planeta e, por conseguinte, exigem cooperação internacional e um multilateralismo coeso e orientado para o futuro, que coloque a sacralidade da vida, a dignidade inerente a cada ser humano e o bem comum no seu centro”.
O núncio apostólico falou de quatro questões-chaves. A primeira delas foi o “reforço de um multilateralismo coeso e orientado para o futuro”. Para ele, isso é fundamental, pois as mudanças climáticas não conhecem fronteiras. “A dignidade das pessoas deve prevalecer, de modo que a ética prevaleça sobre os interesses locais ou contingentes”, disse.
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Depois, ele disse que é necessária “uma transição justa e equitativa para manter o aumento da temperatura global dentro do limite de 1,5ºC”. “Essa transição deve levar em consideração a decisão adotada na COP28 em Dubai de transição para longe dos combustíveis fósseis, tendo em mente que as consequências das mudanças climáticas afetam principalmente os mais pobres e vulneráveis”.
Dom Giambattista falou, em terceiro lugar, do “rosto humano da crise climática”. Segundo o núncio, a Santa Sé espera que o Plano de Ação de Gênero (GAP) reconheça que mulheres e meninas são afetadas de forma desproporcional pelas mudanças climáticas, particularmente no Sul Global, e o importante papel que desempenham no enfrentamento dessa crise.
Por último, ele disse que “não podemos atingir os objetivos do Acordo de Paris a menos que as soluções políticas e técnicas sejam acompanhadas por um processo educativo que proponha novas formas sustentáveis de viver e cuidar da criação”.

