A rede social Instagram atualizou as restrições para contas de adolescentes para que sejam guiadas pela classificação indicativa PG-13 de filmes (não apropriado para menores de 13 anos), a fim de evitar que usuários adolescentes tenham acesso a conteúdo adulto e inapropriado.

No ano passado, o Instagram introduziu as “contas de adolescentes” para colocar adolescentes automaticamente em proteções integradas ao aplicativo. Na semana passada, a plataforma de mídia social anunciou atualizações adicionais nas contas para mostrar aos adolescentes só conteúdo "semelhante ao que eles veriam em um filme para menores de 13 anos".

Adolescentes menores de 18 anos serão automaticamente colocados na configuração atualizada e não poderão optar por não participar sem a permissão dos pais. As novas restrições proíbem usuários de pesquisar palavras inapropriadas e de seguir ou enviar mensagens para contas com conteúdo adulto.

O padre Michael Baggot, LC, professor de bioética no Pontifício Ateneu Regina Apostolorum, em Roma, disse que “qualquer mudança para ajudar a capacitar os pais, proteger seus filhos e restringir conteúdo impróprio para sua idade é um passo positivo à frente”.

“No entanto, estou preocupado porque há uma grande diferença entre conteúdo estático, como um filme que pode ser revisado minuciosamente por um comitê, e uma conduta muito dinâmica que é feita nas mídias sociais”, disse Baggot no programa televisivo EWTN News Nightly no último domingo (20).

As plataformas de mídia social têm formas de cyberbullying, predadores online e companheiros de inteligência artificial (IA). "Esses tipos de relacionamentos dinâmicos não são necessariamente regulados integralmente com um mero rótulo", disse Baggot.

As atualizações seguem o feedback de milhares de pais em todo o mundo que enviaram suas sugestões ao Instagram. Depois de ouvir os pais, o Instagram também adicionou uma configuração adicional que oferece diretrizes ainda mais rígidas caso os pais queiram limitações mais amplas.

“Os pais têm a responsabilidade única de monitorar e discutir constantemente com seus filhos e outras pessoas vulneráveis ​​o tipo de interação que eles estão tendo”, disse Baggot. “Mas acho que não podemos impor um fardo indevido aos pais”.

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Baggot sugeriu leis adicionais que responsabilizem empresas por “comportamento exploratório ou técnicas de design”, porque elas podem “se tornar viciantes e realmente enganar orientações e pessoas”.

IA nas mídias sociais

Desde que o Instagram introduziu recentemente chatbots de IA no aplicativo, a rede social também adicionou prevenções em mensagens enviadas por IA. A plataforma de mídia social disse que "as IAs não devem dar respostas inapropriadas para a idade, que pareceriam deslocadas num filme para maiores de 13 anos".

A IA no Instagram deve ser tratada com "grande vigilância e discernimento crítico", disse Baggot. Plataformas de IA "podem ser ferramentas de pesquisa e assistência, mas também podem promover relacionamentos tóxicos quando não regulamentadas".

Medidas para restringir a IA e o conteúdo online são oportunidades para pais e usuários “darem um passo para trás e analisarem criticamente relacionamentos mediados digitalmente que temos constantemente” e “analisarem o conteúdo ou os relacionamentos potencialmente perigosos e prejudiciais que podem ocorrer lá”.

“Deve haver um distanciamento saudável dessas plataformas”, disse Baggot. “Precisamos de amizades saudáveis. Precisamos de famílias fortes. Precisamos de comunidades que nos apoiem. Sempre que vemos uma forma de interação relacionada às mídias sociais substituindo, distraindo ou desencorajando o contato pessoal, isso deve ser um sinal de alerta de que algo precisa mudar e que precisamos voltar à riqueza da troca interpessoal e não recuar para um mundo digital alternativo”.