10 de out de 2025 às 15:37
A iniciativa Adoção Espiritual celebra cinco anos neste mês de outubro. Criada em 2020 na arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ), a iniciativa convida os fiéis a rezar todo dia por um bebê em risco de ser abortado. Atualmente, a iniciativa já está presente em 54 dioceses do país.
“A Adoção Espiritual é uma proposta de viver o amor para com o próximo mais vulnerável”, disse o bispo-auxiliar do Rio de Janeiro, dom Tiago Stanislaw, ao jornal da arquidiocese Testemunho de Fé. “Nós nos colocamos diante de Deus pensando nas crianças concebidas, mas ameaçadas pelo aborto porque surgiram em momentos inesperados”.
O projeto teve origem na Europa e chegou à arquidiocese carioca em 2020. Desde então, milhares de pais e mães espirituais têm assumido esse compromisso de oração. Na prática, a pessoa se compromete a rezar diariamente, durante nove meses, pela vida de uma criança concebida e ameaçada pelo aborto.
“Quem inicia a Adoção Espiritual se apresenta diante de Deus com o propósito de, durante nove meses, cuidar espiritualmente dessa criança por meio da oração diária”, disse dom Tiago. “É um verdadeiro exercício de maternidade e paternidade espiritual”.
“A cada dia, com uma dezena do terço e uma oração própria, pedimos pela vida, saúde e bem-estar da criança e também pela mãe, para que tenha coragem e receba apoio para dizer si à vida, mesmo que, depois, precise entregar o filho a uma família adotiva”, acrescentou. “Trata-se de um gesto simples, mas profundamente transformador”.
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Dom Tiago contou que já conhecia a prática da adoção espiritual da Polônia, sua terra natal. A motivação para implementá-la no Rio surgiu depois de “um fato muito doloroso” de “uma menina de 11 anos, violentada pelo tio, engravidou e toda a situação ganhou repercussão nacional”.
“Houve possibilidades de acolher tanto a mãe quanto a criança, mas a cultura da morte prevaleceu e o aborto foi realizado,” lamentou. “Isso mexeu profundamente comigo. Vi que, muitas vezes, lamentamos tragédias assim, mas logo esquecemos. Percebi que não bastava se entristecer, era preciso propor algo concreto”.
Nestes cinco anos de caminhada na arquidiocese carioca, dom Tiago percebeu que “muitas pessoas querem ajudar na causa pró-vida, mas não encontram como”, e que o projeto é uma oportunidade acessível a todos.
“Pessoas que nunca haviam rezado por alguém desconhecido relatam a alegria de oferecer amor a quem não conhecem”, contou. “Mulheres que já realizaram aborto encontram cura interior e afirmam que, finalmente, conseguem superar o peso desse ato ao rezar por outras mães e crianças ameaçadas. Há ainda quem nunca teve filhos biológicos e se sente verdadeiramente pai ou mãe espirituais”.
Para se tornar mães ou pais espirituais, os interessados podem procurar os grupos nas paróquias nas quais já há um núcleo da iniciativa, ou adotar através do portal adocaoespiritualrio.org.br que reúne links para o site da Adoção Espiritual, para o Instagram e Facebook.




