4 de out de 2025 às 15:24
Na Audiência Jubilar de hoje (4) por ocasião do Jubileu do Mundo Missionário e do Jubileu dos Migrantes, o papa Leão XIV fez uma catequese sobre o tema “Esperar é escolher”, usando como exemplo a vida de santa Clara de Assis.
Aos milhares de fiéis que estavam na Praça São Pedro, o papa iniciou dizendo que "o Jubileu é um tempo de esperança concreta, em que o nosso coração pode encontrar perdão e misericórdia, para que tudo possa recomeçar".
“O Jubileu", segundo leão XIV, "também abre para a esperança de uma distribuição diferente das riquezas, para a possibilidade de que a Terra seja todos, porque na realidade não é assim" e ressaltou: "Este ano, devemos escolher a quem servir: à justiça ou à injustiça, a Deus ou ao dinheiro”.
“Esperar é escolher”
Leão XIV disse que “esperar é escolher” significa pelo menos duas coisas. A primeira, segundo o papa, é entender "que o mundo muda se nós mudarmos".
"É por isso que fazemos a peregrinação, é uma escolha. Passamos pela Porta Santa para entrar num tempo novo", disse.
"O segundo significado", segundo o papa "é mais profundo e sutil: esperar é escolher, porque quem não escolhe se desespera".
“Uma das consequências mais comuns da tristeza espiritual, ou seja, da acídia, é não escolher nada. Quem a experimenta é tomado por uma preguiça interior que é pior que a morte. Esperar, no entanto, é escolher”, acrescentou Leão XIV.
O exemplo de santa Clara de Assis
O papa propôs o exemplo de santa Clara que foi "uma mulher que, com a graça de Deus, soube escolher". Clara, segundo o papa, era "uma jovem corajosa e contracorrente" que escolheu viver como são Francisco.
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“Sabemos que Francisco, ao escolher a pobreza evangélica, teve que romper com a família”, frisou. “A escolha de Clara foi ainda mais impressionante: uma jovem que queria ser como Francisco, que queria viver, como mulher, livre como aqueles irmãos”, destacou o papa.
"Clara entendeu o que o Evangelho exige", continuou o papa.
"Mas mesmo numa cidade que se considera cristã, o Evangelho levado a sério pode parecer uma revolução. Assim como naquele tempo, hoje também é preciso escolher! Clara escolheu, e isso nos dá uma grande esperança".
Leão XIV também ressaltou "duas consequências" de santa Clara na "coragem em seguir esse desejo": "A primeira é que muitas outras jovens daquele território encontraram a mesma coragem e escolheram a pobreza de Jesus, a vida das Bem-Aventuranças; a segunda consequência é que essa escolha não foi passageira, mas perdura no tempo, até nós".
“A escolha de Clara inspirou escolhas vocacionais em todo o mundo e continua inspirando até hoje”, acrescentou.
"Por isso, a Igreja é jovem e atrai os jovens. Clara de Assis nos lembra que o Evangelho atrai os jovens", disse o papa Leão destacando que "continua sendo assim, pois os jovens gostam de pessoas que escolheram e sofreram as consequências de suas escolhas" e “isso faz com que outros queiram escolher".
"É uma imitação santa: não nos tornamos "fotocópias", mas cada pessoa — quando escolhe o Evangelho — escolhe a si mesma. Perde-se e encontra-se. A experiência mostra: é assim que acontece", ressaltou.
“Oremos, então, pelos jovens; e oremos para sermos uma Igreja que não serve ao dinheiro ou a si mesma, mas ao Reino de Deus e à sua justiça. Uma Igreja que, como Santa Clara, tem a coragem de habitar a cidade de forma diferente. Isso dá esperança!”, concluiu o papa.
Hoje, dia da festa de são Francisco de Assis, que fez uma nítida opção pela pobreza, Leão XIV assinou a primeira exortação apostólica do seu pontificado: Dilexit te, sobre o amor aos pobres.




