30 de set de 2025 às 15:33
O comediante Bill Maher, que frequentemente critica o cristianismo, recentemente chamou a atenção para a perseguição de cristãos na Nigéria, que classificou como "tentativa de genocídio".
“Não sou cristão, mas eles estão matando sistematicamente os cristãos na Nigéria”, disse ele no episódio de 26 de setembro de seu programa Real Time with Bill Maher, na rede de televisão americana HBO.
“Eles mataram cerca de 100 mil desde 2009. Eles queimaram 18 mil igrejas”, disse Maher, referindo-se a radicais muçulmanos na Nigéria, como o grupo terrorista Boko Haram.
“Isso é uma tentativa de genocídio muito maior do que o que está acontecendo em Gaza”, disse Maher. “Eles estão literalmente tentando exterminar a população cristã de um país inteiro. Onde estão os jovens protestando contra isso?”
A perseguição violenta aos cristãos na Nigéria “é pouco noticiada na mídia ocidental”, disse David Trimble, presidente do Instituto de Liberdade Religiosa, à CNA, agência em inglês da EWTN.
Trimble, elogiando Maher por levantar a questão “para seu público em geral, que de outro modo teria muito pouca exposição a questões tão importantes”, disse que as “atrocidades cometidas contra cristãos nigerianos podem ser corretamente rotuladas como genocídio”.
“A Nigéria é o lugar mais perigoso do mundo para seguir Jesus”, disse Trimble. “Na última década, extremistas islâmicos mataram cerca de 4 mil cristãos anualmente”.
Desde julho de 2009, cerca de 19 mil igrejas cristãs foram destruídas ou saqueadas, enquanto centenas de clérigos, entre eles padres católicos, foram sequestrados ou atacados. Há menos de duas semanas, o padre Matthew Eya foi assassinado.
Edward Clancy, diretor de extensão da fundação Ajuda à Igreja que Sofre disse à CNA que a perseguição aos cristãos está no auge na Nigéria.
“É a área do mundo onde mais cristãos são mortos por sua fé do que em qualquer outro lugar”, disse Clancy. “É incrível que Bill Maher tenha se tornado a voz da perseguição aos cristãos nos EUA”, disse também Clancy.
Especialistas chamam a perseguição de genocídio
Os cristãos são cerca de metade dos nigerianos, mas vivem com medo de perseguição.
“Níveis chocantes de violência persistem há anos”, disse Trimble.
Cristãos sofrem ataques violentos frequentes, especialmente os que vivem em fazendas em pequenas cidades nos arredores do Estado de Benue, no centro-norte do país, de maioria cristã. Suas fazendas são frequentemente incendiadas nesses ataques, destruindo seus meios de subsistência.
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“Eles atacam pequenas cidades e as devastam a ponto de as pessoas precisarem abandonar suas casas, e então destroem e queimam o que resta”, disse Clancy. “Isso simplesmente destrói a comunidade inteira”.
Devido à destruição, muitas paróquias foram forçadas a fechar. Na diocese de Makurdi, em Benue, pelo menos 16 paróquias foram abandonadas devido à violência, segundo Clancy. Como cada paróquia tem múltiplas sedes, isso significa cerca de 40 igrejas.
A violência na Nigéria tem “muitos elementos de genocídio”, disse Clancy.
A violência começou em 2009 com a insurgência do Boko Haram, que quer transformar a Nigéria num Estado islâmico.
Integrantes de milícias islâmicas da etnia fulani, a mesma do presidente da Nigéria, Bola Ahmed Tibulu, contribuem para a maior parte da violência.
“Esses militantes Fulani são responsáveis por mais ataques contra cristãos do que qualquer um dos mais proeminentes grupos Boko Haram e Estado Islâmico da Província da África Ocidental”, disse Trimble.
A violência agora está crescendo no sul do país, segundo Trimble.
“A violência contra os cristãos, antes confinada predominantemente ao norte do país e ao cinturão médio, agora está se espalhando mais para o sul, onde vive a maioria dos cristãos nigerianos”, disse Trimble.
A perseguição está consagrada na lei nigeriana, com leis de blasfêmia, códigos da sharia e tribunais da sharia em cerca de uma dúzia de províncias "que se opõem à igualdade de direitos e ao devido processo legal para minorias religiosas", segundo Trimble.
“Atrocidades cometidas contra cristãos nigerianos podem ser corretamente rotuladas como genocídio, tanto em termos de como esse termo é usado no discurso popular quanto em seu uso mais preciso no direito internacional”, disse Trimble.
Clancy disse que as declarações de genocídio são frequentemente feitas “depois de ocorrido”. "Quando alguém diz, já é história", disse Clancy. "Temos que impedir antes".
Vocações prosperam em meio à perseguição
Embora padres estejam sendo sequestrados e até mortos, as vocações prosperam na Nigéria.
“Acredite ou não, está inspirando vocações”, disse Clancy. “Você pensaria que Tertuliano era um lunático quando disse que o sangue dos mártires é a semente da fé. Mas houve tantos jovens que foram encorajados. Os seminários estão lotados”, disse ele.





