O papa Leão XIV discursou aos participantes de um encontro inter-religioso feito em Bangladesh, país do sul da Ásia, com o tema Promovendo uma cultura de Harmonia.

Falando sobre esse encontro, o papa enfatizou que ele reflete "o espírito de abertura fraterna que as pessoas de boa vontade procuram cultivar com os membros de outras tradições religiosas".

“Como uma única família, partilhamos a oportunidade e a responsabilidade de continuar nutrindo uma cultura de harmonia e paz”, disse Leão XIV.

O papa enfatizou a importância da cultura, entendida como o "rico patrimônio de artes, ideias e instituições sociais que caracteriza cada povo", assim como "o ambiente que nutre e sustenta seu povo".

Segundo Leão XIV, a cultura “deve ser cuidadosamente cultivada”, e ele disse que ela “requer a luz do sol da verdade, a água da caridade e o solo da liberdade e da justiça”.

Segundo o papa, quando a cultura da harmonia é negligenciada, "ervas daninhas podem sufocar a paz".

“A desconfiança cria raízes; estereótipos se fortalecem; extremistas exploram medos para semear divisão", disse ele. “Juntos, como companheiros no diálogo inter-religioso, somos como jardineiros que cuidam desse campo de fraternidade, ajudando a manter fértil o diálogo e a extirpar as ervas daninhas do preconceito”.

Para o papa Leão XIV, o encontro, que ocorre em Bangladesh de 6 a 12 de setembro, é um “belo testemunho” de que as diferenças de fé ou origem “não precisam nos dividir”.

"Pelo contrário, no ato de nos reunirmos em amizade e diálogo, nos unimos contra as forças da divisão, do ódio e da violência que muitas vezes têm atormentado a humanidade", enfatizou o papa.

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Leão XIV também encorajou os participantes citando palavras do papa Francisco: “Onde outros semearam desconfiança, nós escolhemos a confiança; onde outros podem fomentar o medo, nós buscamos a compreensão; onde outros veem as diferenças como barreiras, nós as reconhecemos como caminhos para o enriquecimento mútuo”.

Segundo o papa Leão XIV, construir uma cultura de harmonia significa dividir não só ideias, "mas também experiências concretas". Para isso, ele enfatizou que é essencial "estarmos juntos a serviço dos mais vulneráveis ​​da sociedade".

Especificamente, o papa disse que Bangladesh "tem testemunhado exemplos inspiradores dessa unidade nos últimos anos, com pessoas de diferentes religiões se unindo em solidariedade e oração diante de desastres naturais ou tragédias".

“Cooperar em toda boa obra”, disse Leão XIV, “é um antídoto extremamente eficaz contra as forças que tentam nos arrastar para a hostilidade e a agressão. Quando o nosso diálogo é vivido em ações concretas, ele transmite uma mensagem poderosa: que a paz, e não o conflito, é o nosso sonho mais acalentado, e que construir essa paz é uma tarefa que empreendemos juntos”.

O papa também reafirmou o compromisso da Igreja, lamentando os "mal-entendidos ou feridas do passado" que podem "nos atrasar".

Diante disso, ele pediu incentivo mútuo para perseverar, dizendo que cada discussão em grupo, cada projeto de serviço conjunto ou refeição dividida, cada gesto de cortesia para com um vizinho de outra religião, "são blocos de construção do que São João Paulo II chamou de uma civilização do amor".

“Que o Todo-Poderoso abençoe cada um de vocês, suas famílias e comunidades”, concluiu Leão XIV. “Que Ele abençoe seu país com uma harmonia e uma paz cada vez mais profundas. E que Ele abençoe o nosso mundo, que precisa tão urgentemente da luz da fraternidade”.