4 de set de 2025 às 15:37
O arcebispo de Fortaleza (CE), dom Gregório Paixão, OSB, publicou no dia 28 de agosto um decreto sobre a autorização de funcionamento das Novas Comunidades na arquidiocese. O objetivo é orientar e regulamentar a presença e atuação delas na arquidiocese.
Segundo o decreto, as Novas Comunidades deverão seguir diretrizes específicas para manter a comunhão eclesial, respeitando a autoridade da Igreja local e os princípios da vida comunitária católica.
O texto também fala da importância da formação doutrinária, espiritual e pastoral de seus membros.
“Toda iniciativa de grupo de fiéis que surgindo no seio da vida eclesial, especialmente a partir de grupos de oração manifeste o desejo de trilhar um caminho comunitário sob a inspiração de um carisma específico, deverá, desde o início, manter diálogo com a Autoridade Eclesial da realidade na qual atua (paróquia e/ou outros âmbitos pastorais) onde estiver inserida, acolhendo suas orientações e participando ativamente da vida pastoral da Igreja local”, diz o decreto.
Segundo o documento, até a obtenção de uma autorização formal, tais grupos devem ser chamados apenas de grupos de oração ou expressões pastorais, não podendo ser reconhecidas como “Nova Comunidade” sem o devido discernimento da arquidiocese.
Para pedir a autorização de funcionamento, a Nova Comunidade deve comprovar ter no mínimo cinco anos de funcionamento, “comprovar fidelidade ao carisma proposto, testemunho de vida cristã eclesial, comunhão com a Igreja e disposição para o discernimento da autoridade arquidiocesana”, diz o decreto.
O texto também fala da necessidade de formação doutrinária, espiritual e pastoral, além da entrega de estatutos civis e canônicos que permitam avaliar a estrutura interna de cada grupo.
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A autorização inicial, porém, não implica reconhecimento jurídico-canônico imediato, mas garante o acompanhamento pastoral das iniciativas que demonstram autenticidade em sua missão evangelizadora.
Primeiras comunidades a entrar no processo
Poucos dias depois da publicação do decreto, a arquidiocese de Fortaleza deu início à sua aplicação prática. Ontem (3), dom Gregório autorizou o início do processo de reconhecimento de cinco comunidades locais: Comunidade Paz e Bem, Comunidade Católica Servos do Senhor, Comunidade Mãe Admirável, Comunidade Missionária Nossa Senhora Aparecida e Comunidade Católica Vinde a Mim. A decisão marca o primeiro passo oficial para que esses grupos possam ser acompanhados de acordo com as normas estabelecidas.
“Nosso desejo é valorizar os carismas autênticos que nascem no seio da Igreja, promovendo o discernimento necessário para que floresçam em comunhão, com responsabilidade e fidelidade ao Evangelho”, disse dom Gregório, segundo o site da arquidiocese.
Segundo o padre João Wilkes Rebouças, CCSh, delegado episcopal para as Novas Comunidades, há atualmente cerca de 60 comunidades atuando na arquidiocese em diferentes níveis de organização. Desde abril deste ano, a média tem sido de um pedido de autorização por mês.
“Temos comunidades que já têm caminhada de muitos anos, e outras que estão iniciando sua vida comunitária. A maioria ainda não possui nenhum tipo de reconhecimento eclesial, mas muitas estão em processo”, disse o padre João Wilkes. “A autorização dada por dom Gregório representa o desejo da arquidiocese de caminhar junto, de forma clara e transparente, com todas elas.”
“Dom Gregório quer dar agilidade, mas também profundidade ao processo. Ele acompanha de perto cada etapa e conta com uma equipe que tem se dedicado com zelo e prudência”, concluiu.




