22 de ago de 2025 às 11:28
A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) celebra hoje (22), o “Dia Internacional em Memória das Vítimas de Atos de Violência Baseados em Religião ou Crença”. Segundo a editora-chefe do Relatório de Liberdade Religiosa no Mundo (RFR na sigla em Inglês), Marta Petrosillo, essa “é uma realidade para centenas de milhões de pessoas em todo o mundo”.
“É importante ter este dia dedicado às vítimas desse tipo de violência, para conscientizar, porque as violações da liberdade religiosa afetam e causam sofrimento para muitas pessoas, embora às vezes haja uma tendência a ignorar esse fenômeno”, disse Marta Petrosillo destacando que “se a liberdade religiosa for negada a um grupo, mais cedo ou mais tarde também será negada a outros, e para a ACN é importante que a liberdade religiosa seja garantida igualmente a todos”.
Petrosillo disse que “de forma geral, houve uma deterioração na liberdade religiosa desde que a ACN lançou o RFR, em 1999”.
“Nas últimas décadas, a situação se agravou na África, com o extremismo religioso crescendo em lugares onde antes era desconhecido” e “há também um crescente nacionalismo étnico-religioso na Ásia, e o Oriente Médio continua sendo uma área de preocupação”, disse Marta.
Segundo Petrosillo, “muitas pessoas que sofrem violência relacionada à sua fé” que ela entrevistou, “dizem que não querem ser esquecidas”.
“Por isso, é muito importante mostrar apoio”, frisou. “Então, a primeira coisa que as pessoas podem fazer para ajudar é espalhar a informação e aumentar a conscientização dentro de seu meio, no trabalho e com seus amigos. Isso é realmente fundamental para mudar a situação. E também, é claro, apoio através da oração e apoio material”.

Relatório de Liberdade Religiosa no Mundo
Segundo Marta Petrosillo, a primeira edição do Relatório sobre Liberdade Religiosa no Mundo em 1999 tinha como objetivo aumentar a conscientização e relatar violações da liberdade religiosa.
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“O RFR é o único estudo produzido por uma entidade católica que cobre a situação em todos os países do mundo e para todos os grupos religiosos, porque se a liberdade religiosa é negada a um grupo, mais cedo ou mais tarde também será negada a outros, e para a ACN é importante que a liberdade religiosa seja concedida igualmente a todos”, disse a editora-chefe do RLR.
Ela contou que nesse ano, a ACN lançará sua mais recente edição no Brasil, no dia 23 de outubro.
“A cada edição, desde 1999, a situação foi piorando e, infelizmente, espera-se que essa seja a tendência para esta próxima edição, especialmente em algumas áreas do mundo”.
Perseguição religiosa
Segundo a ACN, um dos continentes onde a perseguição religiosa “se agravou de forma mais intensa foi a África”.
“Nas últimas décadas, o extremismo religioso se espalhou, com grupos jihadistas promovendo ataques inclusive em países que antes não tinham histórico de conflitos entre comunidades de fé, como a República Democrática do Congo”, relatou a ACN. “Em Burkina Faso, por exemplo, que há dez anos não figurava entre os países críticos, hoje o país registra alguns dos maiores índices de ataques jihadistas do mundo. O problema, segundo Marta, tende a se expandir para outras nações vizinhas”.
Marta Petrosillo disse que eles assistiram também “a um agravamento da situação do nacionalismo étnico-religioso na Ásia”, e destacou que “o Oriente Médio continua a ser uma área com uma instabilidade significativa, que afeta fortemente a liberdade religiosa”. Ela ainda contou que eles viram “cada vez mais violações da liberdade religiosa na América Latina”.
“Nos últimos anos, vimos um aumento de ataques contra alguns grupos religiosos no Ocidente: vandalismo contra igrejas e um aumento de episódios antissemitas e anti-islâmicos por causa da guerra em Gaza. Depois, há um esforço para excluir a religião da praça pública, incluindo o que o papa Francisco chamou de perseguição educada”, relatou a editora-chefe.




