25 de jul de 2025 às 10:13
O papa Leão XIV recebeu ontem (24) o presidente da República Democrática Popular da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, em audiência privada no Palácio Apostólico, no Vaticano.
Trata-se de um encontro político particularmente importante, feito excepcionalmente em pleno verão italiano, no âmbito da visita oficial do presidente argelino a Roma, em que ele participou ontem de uma reunião intergovernamental com autoridades italianas.
Tebboune é o primeiro chefe de Estado argelino a ser recebido por um papa no Vaticano desde a visita de Abdelaziz Bouteflika em 1999. O presidente já havia tido um breve encontro com o papa Francisco na cúpula do G7 em Bari em junho do ano passado, mas o encontro de hoje foi seu primeiro encontro formal com o papa Leão XIV.
Depois do encontro com o papa, o presidente argelino se encontrou, como de costume, com o Secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, acompanhado por Daniel Pacho, subsecretário para o setor multilateral da Seção para as Relações com os Estados e Organizações Internacionais.
Segundo um breve comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé, no encontro na Secretaria de Estado, foi ressaltada "a importância das boas relações diplomáticas entre a Santa Sé e a Argélia".
Do mesmo modo, foram abordados alguns aspectos relacionados à "vida da Igreja no país". Embora a presença da Igreja seja pequena, ela mantém um trabalho significativo nas esferas educacional, social e beneficente.
Outro foco central da conversa foi a atual situação geopolítica no norte da África e na região do mar Mediterrâneo. Ambas as partes enfatizaram a importância do "diálogo inter-religioso e da cooperação cultural como instrumentos essenciais para a promoção da paz e da fraternidade" num contexto global marcado por múltiplas tensões.
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A visita de Tebboune ao Vaticano ocorreu depois de sua recepção pelo presidente da Itália, Sergio Mattarella, e pela primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, no contexto da quinta cúpula intergovernamental entre a Itália e a Argélia.
Na cúpula,cerca de 40 acordos foram assinados entre os dois países e seus sistemas produtivos, anunciou a primeira-ministra italiana em entrevista coletiva no Palazzo Chigi, sede do governo italiano em Roma.
"São acordos que nos permitem afirmar que a amizade de longa data entre nossas duas nações nunca foi tão especial ou tão forte como agora", disse Meloni, segundo noticiado por veículos de comunicação italianos, como o canal público de televisão RAI.
Revalorizar o patrimônio histórico vinculado a santo Agostinho
Meloni também anunciou a disposição da Itália e da Argélia de enviar uma solicitação conjunta à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) para a promoção de locais ligados a santo Agostinho, Padre da Igreja nascido em Tagaste (atual Argélia) e que morreu em Hipona.
"Queremos trabalhar arduamente nesse projeto, que não só celebra nossas raízes comuns, mas também tem um enorme poder simbólico, especialmente considerando que hoje a Igreja é liderada pelo primeiro papa agostiniano da história", enfatizou Meloni.






