O papa Francisco vai discursar em um evento sobre a crise demográfica da Itália, anunciou hoje (2) a Santa Sé. A taxa de natalidade do país está em seu mais baixo patamar na história.

O papa vai falar a "O Estado Geral da Natalidade" em 10 de maio, no Auditorium della Conciliazione, em Roma, perto do Vaticano.

O evento de dois dias organizado pelo Fórum de Associações Familiares e pela Fundação para os Nascimentos procura abordar os 50 anos de declínio constante dos nascimentos em toda a Europa, especialmente na Itália, e o que pode ser feito para revertê-lo.

O número de nascimentos na Itália caiu para um mínimo histórico no ano passado. O escritório nacional de estatísticas da Itália registrou 379 mil nascimentos em 2023, uma queda de 3,6% em relação a 2022 e uma queda de 34,2% em relação a 2008.

A população geral da Itália vem caindo desde 2014, com 282 mil mortes a mais do que nascimentos em 2023. O país tem uma das taxas de natalidade mais baixas da Europa: de 1,2 nascimentos por mulher.

Os Centros de Controle de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês) informaram na semana passada que a taxa de natalidade dos EUA também atingiu um recorde em 2023 e que o número total de nascimentos foi o menor em décadas.

Segundo o relatório, pouco menos de 3,6 milhões de bebês nasceram em 2023, ou 54,4 nascimentos a cada mil mulheres de 15 a 44 anos. Esta foi uma queda de 2% no total de nascimentos e uma queda de 3% nos nascimentos por mil mulheres em comparação com o ano anterior.

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O papa Francisco descreveu o baixo número de nascimentos como "um número que revela uma grande preocupação com o amanhã". Ele lamentou no ano passado o “clima social em que constituir família se transformou num esforço titânico, em vez de ser um valor compartilhado que todos reconhecem e apoiam”.

A conferência dos “Estados Gerais da Natalidade" vai contar com a presença de ministros do governo italiano, líderes empresariais e personalidades da mídia que vão dar palestras sobre a família, incluindo a ministra da Família da Itália, Eugenia Roccella.

Será a terceira vez que o papa Francisco participa da conferência, que é apoiada pelo ministério Italiano da Família, Nascimento e Igualdade de Oportunidades.

No ano passado, o papa Francisco dividiu o palco da conferência com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.

"O nascimento dos filhos é o principal indicador para medir a esperança de um povo. Se nascem poucos, significa que há pouca esperança. E isto não só tem repercussões do ponto de vista econômico e social, mas prejudica a confiança no futuro", disse o papa Francisco na conferência do ano passado.

O papa também disse na conferência que “o desafio da natalidade é uma questão de esperança”.

O papa acrescentou na ocasião que a esperança “não é uma ilusão nem uma emoção que se sente, não; é uma virtude concreta, uma atitude de vida. E tem a ver com escolhas concretas. A esperança alimenta-se do compromisso de cada um com o bem, cresce quando sentimos que participamos e nos empenhamos para dar sentido à vida, nossa e dos outros”.