O padre francês Matthieu Raffray disse que o Ministério Público de Paris rejeitou um processo iniciado contra ele por dizer que os atos homossexuais são pecado e por chamar o homossexualismo de “fraqueza”.

Um documento legal dirigido ao padre e divulgado por ele na última sexta-feira (26), afirma que “no dia 19 de março, a delegação interministerial para a luta contra o racismo, o antissemitismo e o ódio anti-LGBT dirigiu-se ao Ministério Público de Paris” sobre “duas postagens feitas em suas contas no X e no Instagram” em janeiro e março.

O sacerdote do Instituto do Bom Pastor, sociedade de vida apostólica criada em Roma em 2006 para “a defesa e difusão da tradição católica em todas as suas formas”, segundo o site do instituto, publicou um comentário na rede social X sobre “terapias de conversão” no fim de janeiro.

O grupo ativista gay The LGBT Corner fez uma publicação provocadora na rede social X em 28 de janeiro perguntando se “uma pessoa pode fazer terapia de conversão por 10 euros na França. É isso que insinua o padre LeCoq, a quem contatei para ajudar o meu filho que sofria de “tendências homófilas”. Ele me encaminhou para o retiro ‘Be a Man’ (Seja um homem, em tradução livre), que ocorreria novamente em Annecy”.

Em resposta, Raffray escreveu: “Todo retiro espiritual é uma terapia de conversão. Desde os primórdios do catolicismo, os cristãos retiraram-se do mundo para se encontrarem diante do Senhor, a fim de se tornarem melhores” e criticou a “grosseira ignorância” e o modus operandi do lobby LGBT.

Em 15 de março, o padre publicou um vídeo no Instagram em que incentiva os fiéis a lutarem contra as suas fragilidades.

Em um vídeo publicado no Instagram em março, Raffray encorajou os fiéis a lutarem contra suas fraquezas, entre outras o homossexualismo, e comentou que cada pessoa tem suas próprias armas para lutar, mas o diabo convence as pessoas de que a luta “é muito difícil” e portanto é inútil resistir.

O aviso legal afirma que “depois de um exame cuidadoso dos comentários” do padre “não parece haver qualquer infração suficientemente caracterizada para justificar qualquer procedimento criminal contra ele”.

“Portanto, esse processo está sendo arquivado”, concluiu o documento.

“Os comentários que fiz não se enquadram no âmbito da lei”, destacou Raffray.

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“Rezo pelos meus inimigos e agradeço a todos que me apoiaram”, acrescentou o padre.

Quem é o padre Matthieu Raffray?

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Raffray é um conhecido sacerdote francês que tem um apostolado crescente na internet e nas redes sociais dirigido especialmente aos jovens de língua francesa.

Ele tem mais de 60 mil seguidores no Instagram, mais de 22 mil no YouTube e mais de 21 mil no X.

O padre defende os nascituros, a família, e publicou livros em francês como “Mitos e Mentiras do Progressivismo” em 2020 e mais recentemente “O Maior dos Combates”, com os quais busca responder às questões fundamentais e existenciais da vida.

Raffray, que tem 45 anos, nasceu em 1979 e tem nove irmãos. Ele estudou matemática antes de ser ordenado sacerdote em 2009.

O padre é doutor em filosofia e leciona na Pontifícia Universidade São Tomás de Aquino (Angelicum), em Roma.

Segundo a publicação conservadora European Conservative , o padre ficou famoso em 2020 após uma entrevista ao YouTuber francês Baptiste Marchais na qual defendeu o retorno a um “catolicismo viril” e ao sentimento patriótico entre os fiéis católicos.

Qual é a doutrina da Igreja sobre os atos homossexuais?

A doutrina da Igreja sobre os atos homossexuais está resumida nos parágrafos 2.357, 2.358 e 2.359 do Catecismo da Igreja Católica.

A doutrina da Igreja diz que homens e mulheres que sentem atração pelo mesmo sexo “devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta”.

O catecismo diz no parágrafo 2.358 que “esta propensão, objetivamente desordenada, constitui, para a maior parte deles, uma provação”.

“Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves, a Tradição sempre declarou que «os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados». São contrários à lei natural, fecham o ato sexual ao dom da vida, não procedem duma verdadeira complementaridade afetiva sexual, não podem, em caso algum, ser aprovados”, continua o mesmo parágrafo.

As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes do autodomínio, educadoras da liberdade interior, e, às vezes, pelo apoio duma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem aproximar-se, gradual e resolutamente, da perfeição cristã”, diz o parágrafo 2.359 do catecismo.