“Pela paz entre a Palestina e Israel, para que sejam dois Estados, livres e com boas relações”, pediu o papa Francisco ao falar sobre o conflito que assola a Terra Santa no final da Audiência Geral de hoje (24).

O papa citou as regiões em guerra, especificamente a “atormentada Ucrânia, Palestina e Mianmar”.

Ele disse que a guerra “é sempre uma derrota” e que quem mais ganha “são os fabricantes de armas”.

Depois pediu orações pela paz, especialmente pelos jovens soldados que “vão morrer” na guerra.

Ele também pediu orações pelo Oriente Médio e Gaza, “onde se sofre muito”, ao mesmo tempo em que exortou que Palestina e Israel “sejam dois Estados, livres e com boas relações”. Em 7 de outubro passado, o grupo terrorista muçulmano Hamas, sustentado pelo Irã, invadiu o território de Israel, matou cerca de 1,4 mil pessoas, sequestrou mais de uma centena de israelenses e estuprou muitas mulheres. Israel deu início a uma operação militar na Faixa de Gaza que segue em curso.

Depois da oração Regina Coeli, no dia 14 de abril, o papa disse que “ninguém deve ameaçar a existência dos outros”.

Ele pediu que “todas as nações se declarem da parte da paz e ajudem os israelenses e os palestinos a viver em dois Estados, lado a lado, em segurança”.

Segundo Francisco, a criação de dois “Estados vizinhos” é o “desejo profundo e legítimo” dos seus habitantes.

Origem do conflito

O conflito entre Israel e os árabes data da criação do Estado judeu. Em 1948, as Nações Unidas decidem que o protetorado britânico na região deveria ser dividido entre dois Estados, um para os judeus e outro para os árabes da região. Jerusalém seria uma cidade internacional devido à sua importância como local sagrado para judeus, cristãos e muçulmanos.

Os judeus aceitaram imediatamente a resolução e fundaram Israel. Os árabes rejeitaram a ideia de um Estado judeu. O Egito, a Síria e a Jordânia invadiram o território atribuído pela ONU ao Estado árabe e declararam guerra a Israel.

Em 1967, na Guerra dos Seis Dias, Israel invadiu os territórios ocupados pela Jordânia, Egito e Síria, incluindo Jerusalém, então ocupada pela Jordânia.

Em 1993, Israel e a Organização para a Libertação da Palestina assinaram um tratado de paz conhecido como Acordo de Oslo. A Autoridade Palestiniana assumiu o controle parcial da Faixa de Gaza e da Cisjordânia em troca do reconhecimento da existência de Israel.

O Hamas, um grupo radical islâmico formado em 1987, nunca aceitou o acordo de Oslo e iniciou uma luta tanto contra a Fatah, o grupo que controla a Autoridade Palestiniana, como contra Israel. Desde 2007, após ser eleito pela primeira vez, o Hamas controla a Faixa de Gaza. O Fatah continua no controle da Cisjordânia.