O Departamento de Justiça dos EUA  prendeu um homem de 18 anos de Coeur d'Alene, Idaho, suspeito de planejar matar cristãos e incendiar igrejas em sua cidade para promover a atividade do grupo terrorista Estado Islâmico do Iraque e Síria.

A denúncia alega que Alexander Scott Mercurio pretendia matar cristãos na igreja mais próxima, incendiar o prédio, depois sequestrar um carro e fazer o mesmo em outras igrejas próximas. Ele planejava algemar o pai e cobrir sua boca com fita adesiva para poder roubar suas armas e fazer os ataques, segundo as acusações do Departamento de Justiça.

Segundo o governo americano, Mercurio apareceu no radar do Federal Bureau of Investigation (FBI), a polícia federal americana, quando tentou fornecer apoio financeiro a organizações terroristas estrangeiras, incluindo o Estado Islâmico, quando tinha 17 anos. Depois, ele se comunicou com pessoas que ele achava que estavam afiliadas ao Estado Islâmico, mas que na verdade eram fontes confidenciais do FBI, diz a denúncia.

Mercurio teria dito a estas fontes que planeava atacar as igrejas no dia 8 de abril, dois dias antes do fim do Ramadã, mês de jejum dos muçulmanos, e da celebração do Eid al-Fitr, a festa do fim do jejum. O Departamento de Justiça também acusa o jovem de prestar juramento ao ISIS e de comprar materiais com os quais planejava fazer o ataque, como botijões de gás butano.

Mercurio foi acusado de tentar fornecer apoio material ou recursos a uma organização estrangeira designada como organização terrorista, crime que acarreta pena de até 20 anos de prisão.

“Graças aos esforços investigativos do FBI, o réu foi detido antes que pudesse agir e agora é acusado de tentar apoiar a missão de terror e violência do ISIS”, disse o procurador-geral Merrick Garland em comunicado. “O Departamento de Justiça continuará perseguindo, desarticulando e responsabilizando incansavelmente aqueles que cometem atos de terrorismo contra o povo e os interesses dos EUA”.

Segundo mensagens supostamente enviadas por Mercurio para um grupo de bate-papo criptografado que buscava fornecer fundos para organizações terroristas islâmicas, o jovem de 17 anos disse ter “pais muito cristãos e conservadores”. Ele teria dito a uma fonte do FBI que sua família o “oprime”, impedindo-o de ser muçulmano.

Em dezembro de 2023, ao expressar dúvidas sobre cometer um ato terrorista, Mercurio teria dito a uma das fontes do FBI que “só queria morrer e que todos os meus problemas desaparecessem”. Em 3 de abril, ele teria se reunido com uma das fontes do FBI e manifestado sua intenção de seguir adiante com os ataques. Ele também teria dito às suas fontes que queria ser um mártir do Islã.

“Este caso deveria ser uma revelação dos perigos da auto-radicalização, que é uma ameaça real para as nossas comunidades”, disse o agente especial do FBI em Salt Lake City, Shohini Sinha, num comunicado.