O bispo emérito de Catanduva (SP), dom Valdir Mamede, está sendo investigado pela Polícia Civil, sob acusação de estuprar, assediar e importunar sexualmente um padre de 31 anos. O crime teria acontecido no ano passado, mas o boletim de ocorrência só foi registrado em 22 de março deste ano. O caso está sob segredo de Justiça.

Segundo o site sbtinterior.com, o padre denunciante disse que ficou em uma posição frágil para se defender porque o bispo era seu líder espiritual e superior hierárquico.

Ao portal G1, o padre disse que na época também denunciou o caso à Nunciatura Apostólica e que o arcebispo de Ribeirão Preto (SP), dom Moacir Silva, foi encarregado de conduzir uma investigação interna da Igreja.

Em novembro de 2023, o papa Francisco aceitou o pedido de renúncia de dom Valdir Mamede ao cargo de bispo de Catanduva. Na época, a imprensa local informou que a renúncia estava ligada a denúncias de assédio moral e sexual contra padres e seminaristas.

ACI Digital perguntou à diocese de Catanduva se a renúncia de dom Mamede foi motivada pelas denúncias contra ele e se há alguma investigação canônica contra o bispo emérito, mas não teve resposta.

Em nota enviada a ACI Digital, a diocese de Catanduva disse que “a orientação da Santa Sé e do papa Francisco, sabidamente conhecida, é de que, nos casos de cometimento de infrações civis, trabalhistas e de outras esferas, por membros da Igreja Católica, em caráter particular e individual, devem ser encaminhados as autoridades da área, para que, elas tomem as providências que julgarem cabíveis e necessárias, observando-se a aplicação da lei ou da norma vigente”.

A diocese disse ainda que “não pactua com quaisquer condutas ilícitas, praticadas por quem quer que seja, e que, tais acusações, merecem criteriosa apuração”.

Por fim, disse que, “muito embora não seja parte, irá sempre colaborar e prezar pela Justiça e a boa aplicação das leis, para que o bem e a ordem social sejam mantidas”.