Os médicos no Reino Unido estão proibidos de prescrever bloqueadores da puberdade a para facilitar a “transição de gênero” ou “mudança de sexo” para crianças por decisão Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês) anunciada no início desta semana.

“Os bloqueadores da puberdade… não estão disponíveis para crianças e jovens para a incongruência de gênero ou disforia de gênero, porque não há provas suficientes de segurança e eficácia clínica”, lê-se após a atualização de terça-feira (12), na seção do site do NHS do Reino Unido sobre “tratamento” para disforia de gênero.

Os medicamentos mencionados bloqueiam o desenvolvimento natural durante a puberdade, interrompendo a produção de hormônios como testosterona e estrogênio. Esta interrupção inclui a prevenção do crescimento, a inibição do desenvolvimento dos seios nas meninas e a supressão do crescimento dos pelos faciais nos meninos, entre outros efeitos.

"Crianças, jovens e suas famílias são fortemente desencorajados a obter bloqueadores de puberdade ou hormônios de afirmação de gênero de fontes não regulamentadas ou fornecedores on-line que não sejam regulamentados por órgãos reguladores do Reino Unido", continua o texto do site.

A ministra da Saúde, Maria Caulfield, disse à imprensa local que “acabar com a prescrição rotineira de bloqueadores da puberdade ajudará a garantir que os cuidados sejam baseados em evidências, na opinião clínica de especialistas e no melhor interesse da criança”.

A secretária de Estado da Saúde e Assistência Social do Reino Unido, Victoria Atkins, apoiou a medida através da sua conta no X.

“É sempre fundamental que os cuidados que visam a saúde e o bem-estar dos nossos jovens sejam baseados em evidências clínicas sólidas. Celebro a decisão do NHS da Inglaterra de interromper a prescrição rotineira de bloqueadores da puberdade”, disse ele.

O NHS tomou esta medida depois de analisar um relatório provisório sobre os serviços de “identidade de gênero” na Inglaterra, cuja versão final deverá ser publicada nas próximas semanas. O relatório, que consultou mais de 4 mil pessoas, incluindo médicos, pais, pacientes e membros do público, levantou preocupações sobre a segurança destes medicamentos.

O estudo revelou que existem “lacunas nas evidências” sobre a reversibilidade dos efeitos no corpo e na mente das crianças.

Depois de considerar estas descobertas, o NHS decidiu não distribuir mais bloqueadores da puberdade a novos pacientes. No entanto, as quase 100 crianças que já fazem o suposto “tratamento” continuarão recebendo os medicamentos.