A Conferência Episcopal Portuguesa ressaltou hoje (12) a “forte diminuição do abstencionismo” nas eleições de domingo (10) para a Assembleia da República e pediu aos eleitos “que garantam a estabilidade política”. A taxa de abstenção foi de 33,77%, a mais baixa desde 1995, quando ficou em 32,9%.

A Aliança Democrática (AD), coalizão de centro, elegeu 79 deputados, dois a mais do que tinha na legislatura anterior. O Partido Socialista (PS), que tinha 120 parlamentares, foi o grande derrotado e elegeu apenas 77. A grande novidade, no entanto, foi o Chega, de direita, que passou de 12 para 48 deputados eleitos.

A CEP se pronunciou dois dias depois das eleições, em um “Comunicado do Conselho Permanente”, publicado depois da reunião mensal deste conselho.

No comunicado, que apresenta os diversos temas que foram abordados durante a reunião, a CEP diz que, “sobre as recentes eleições legislativas, o Conselho realçou a forte diminuição do abstencionismo e a forma pacífica e educada como decorreu o processo eleitoral, expressões da consolidação do sistema democrático entre nós, 50 anos após a Revolução do 25 de Abril”.

A Revolução de 25 de Abril, também chamada Revolução dos Cravos, aconteceu em 1974 e pôs fim ao regime conhecido como salazarismo, no poder desde 1933, com o Estado Novo de António de Oliveira Salazar.

“O Conselho apela aos democraticamente eleitos para que garantam a estabilidade política durante a legislatura e reforça a mensagem da Conferência Episcopal divulgada antes das eleições: que os eleitos estejam ao serviço do bem comum, devolvam a esperança e a confiança aos cidadãos e encontrem soluções para os problemas e as desigualdades sociais”, acrescenta o comunicado.