Um estudo da Federação Portuguesa pela Vida (FPV) revela que foram feitos 256.070 abortos oficiais “por opção da mulher” em Portugal desde 2007, quando a prática foi legalizada no país até a décima semana de gestação. Segundo o estudo, 195 mil mulheres “passaram pelo drama do aborto em Portugal”.

O estudo da FPV, intitulado “A realidade do aborto em Portugal”, apresenta “contexto, fatos, números e considerações” sobre o aborto no país desde que a lei do aborto entrou em vigor em 2007, até outubro de 2023.

Segundo o relatório, em 2022, foram feitos 197 “abortos legais por 1.000 nascimentos” em Portugal, número próximo aos anos de 2008 (199) e 2015 (197). Entretanto, a federação ressalta que “é esperado que os dados de 2022 sejam revistos em alta, como aconteceu” em anos anteriores.

Os anos em que foram registrados o maior número de “abortos legais por 1000 nascimentos” foram os anos de 2011 a 2013, com 211 abortos, 213 2 22, respectivamente.

O relatório diz ainda que “30% dos abortos legais ‘por opção da mulher’” em Portugal “são repetições”. “2022, apesar dos dados serem ainda provisórios, já bateu o recorde do número de mulheres que já realizaram 3 ou mais abortos ‘por opção’ (1312)”.

Os terceiros filhos e seguintes tem duas vezes mais probabilidade de serem abortados em Portugal, segundo o estudo. Entre os primeiros e segundos filhos, foram registrados “161 abortos ‘por opção’ por 1.000 nascimentos”. Já entre os terceiros e seguintes, foram “380 abortos ‘por opção’ por 1.000 nascimentos”.

Em relação às mães, o estudo diz que as grávidas sozinhas têm seis vezes mais probabilidade de aborto. Enquanto entre as mães que vivem com o pai do bebê foram registrados “96 abortos ‘por opção’ por 1000 nascimentos”, entre as que não vivem com o pai do bebê foram “646 abortos ‘por opção’’ por 1000 nascimentos”.

O estudo diz ainda que as mães estrangeiras são duas vezes mais vulneráveis ao aborto do que as portuguesas. Entre as mães portuguesas, foram registrados “162 abortos ‘por opção’ por 1000 nascimentos”. Entre as estrangeiras, foram “327 abortos ‘por opção’ por 1000 nascimentos”.

O estudo da Federação Portuguesa pela Vida diz que há “crescente falta de informação” nos relatórios oficiais sobre o aborto em Portugal, além de atrasos nas publicações e inconsistências, com “ajuste e reajuste no número de abortos ‘por opção’, incluindo alteração de registros” no relatório de 2015.

Além disso, há “falta de opções” para quem pensa em praticar um aborto, diz o estudo. No site da Direção Geral de Saúde (DGS), diz o estudo, “apenas é disponibilizado o link para a APF” (Associação para o planejamento familiar), “que promove o aborto, e não para organizações de apoio à grávida”.