Luca Di Tolve, Mister Gay Itália 1990 e ex-ativista homossexual, disse que a declaração Fiducia supplicans da Santa Sé, que permite bênçãos a uniões homossexuais causou dor, perplexidade e angústia para aqueles como ele que "lutam pela castidade".

Em 18 de dezembro de 2023, o Dicastério para Doutrina da Fé (DDF), dirigido pelo cardeal argentino Victor Manuel Fernandez publicou Fiducia supplicans, que autoriza bênçãos não-litúrgicas para casais em situação irregular e para uniões homossexuais.

Bispos e conferências episcopais em todo o mundo se opuseram a aplicar a declaração.

Di Tolve, que mudou sua vida graças a Nossa Senhora e que atualmente ajuda pessoas que sentem atração por pessoas do mesmo sexo, disse que, com o texto da DDF, "os verdadeiros excluídos somos nós que lutamos pela castidade, pela fidelidade, por ir contra nossos impulsos e contra a tentação de ceder a falsas liberdades que nos distraem do sacrifício de uma vida saudável e nos afastam de Deus, do amor, da salvação".

O Catecismo da Igreja Católica diz no parágrafo 2.358: “Um número considerável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas. Esta propensão, objetivamente desordenada, constitui, para a maior parte deles, uma provação, devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar na sua vida a vontade de Deus e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar devido à sua condição”.

Di Tolve disse que sofre "com as consequências dessas teorias sedutoras que envolvem a igreja, sofro com as várias interpretações falsas e destrutivas que buscam reduzir a riqueza gerada nos séculos dos pais da igreja, no Catecismo e no Magistério", completou o autor do livro Eu era gay.

O ex-ativista homossexual se disse afetado pela "confusão que esse documento gerou, nascida em um contexto em que certas falsidades mundanas infundadas buscam surfar na onda das 'propostas pastorais' para afirmar a naturalidade de relacionamentos que bem sabemos que não nascem do coração de Deus".

Em seu texto, Di Tolve considera que a declaração deixa a igreja vulnerável e dá material para aqueles que "procuram combater nossa fé atacando tudo o que é 'escandaloso' para o mundo: castidade, pureza e verdade".

"Não se trata apenas de pessoas com atração pelo mesmo sexo, mas toda a sociedade corre o risco de ser confirmada no erro em que já vivem muitos jovens, conformados com essa mentalidade da sociedade líquida, que rejeitam o matrimônio, até mesmo o casamento civil", disse.

Ao final, Di Tolve escreveu ao papa Francisco: "em nome de todos os meus irmãos que sofrem e oferecem seu sofrimento todos os dias, pelo bem da igreja: ajude-nos, Santo Padre".

Para saber mais sobre o trabalho atual de Luca, acesse: https://www.lucaditolve.com/es.