O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, disse aos jornalistas na segunda-feira (18) que, embora o governo tenha expressado "preocupações específicas" sobre a morte de duas mulheres civis cristãs na única igreja católica de Gaza, ele confia que os israelenses "não estão fazendo da morte, tortura e estupro de civis em Gaza um objetivo de guerra".

O Patriarcado Latino de Jerusalém (PLJ) ​​disse que “por volta do meio-dia” do sábado (16), um atirador das FDI “matou duas mulheres cristãs dentro da paróquia da Sagrada Família em Gaza, onde a maioria das famílias cristãs da região se refugiou desde o início da guerra.” 

Segundo Kirby, a Casa Branca “abordou esse incidente específico” com as autoridades israelenses e pediu que sejam “tão cuidadosas, deliberadas, cirúrgicas e cautelosas quanto possível para minimizar as vítimas civis”.

Depois da oração do Ângelus do último domingo, o papa Francisco condenou os relatos das mortes, chamando as ações militares de Israel de “terrorismo”.

"O número correto de vítimas civis é zero. Não queremos ver uma única pessoa inocente ferida ou morta como resultado desse conflito", disse Kirby, acrescentando que "está acontecendo que pessoas estão sendo mortas, pessoas estão sendo feridas. Nós reconhecemos isso. Mas estamos longe de dizer que isso faz parte dos objetivos da guerra, como foi para Putin, como foi para o Hamas”.

As FDI negaram ser responsáveis ​​pelas mortes, dizendo em um comunicado enviado por e-mail à CNA, agência em inglês da EWTN News, que “representantes da igreja contataram as FDI sobre as explosões que foram ouvidas perto da igreja”, mas “não surgiram relatos de um ataque à igreja, nem de civis feridos ou mortos".

O Vatican News informou no sábado (16) que Samar Anton e sua mãe, Nahida Anton, foram as duas mulheres cristãs mortas na paróquia da Sagrada Família.

Kirby já elogiou as FDI pelos seus esforços para limitar as vítimas civis e facilitar a ajuda humanitária aos palestinos. Numa coletiva de imprensa em 14 de dezembro, Kirby disse que as FDI publicaram mapas online dizendo às pessoas em Gaza: “Este é o lugar para onde vocês podem ir porque é seguro e é aqui que vocês não devem ir porque poderíamos atacar lá”.

“Isso é basicamente telegrafar seus ataques, e há muito poucos exércitos modernos no mundo que fariam isso, não sei se faríamos”, disse Kirby.

“Com relação a esta situação da Igreja”, disse Kirby na segunda-feira (18), “estamos profundamente preocupados com isso; abordamos preocupações específicas sobre isso com nossos colegas israelenses e continuaremos a fazê-lo”.

“Mas não vimos qualquer evidência de que os israelenses estejam tornando um objetivo de guerra e uma necessidade táctica e operacional sair e massacrar pessoas inocentes”, disse ele.