No sábado (16), a única paróquia católica da Faixa de Gaza, Sagrada Familia, sofreu um ataque de soldados israelenses, causando a morte de Nahida e de sua filha Samar, duas fiéis que durante suas vidas testemunharam um grande compromisso em favor do próximo.

 

A comunidade cristã da Faixa tem cerca de mil membros, dos quais aproximadamente cem são católicos. Isso levou a amizades próximas entre eles, como a que havia entre as duas vítimas e o padre Gabriele Romanelli, pároco da Sagrada Família.

Romanelli, contou à Rádio Vaticano -Vatican News, a história das duas mulheres, cujos assassinatos também comoveram o papa Francisco.

As duas “eram pessoas muito boas”, disse o padre Romanelli. “Nahida era mãe de uma família grande, com muitos filhos, quase todos casados... Entre os filhos solteiros estava Samar, a mulher que foi morta. Samar era a cozinheira do Lar das Irmãs Madre Teresa. Tanto a mãe quanto a filha participavam de todas as atividades”.

O Vatican News informou no sábado (16) que Samar foi “morta enquanto tentava ajudar a idosa, que foi atingida” por tiros israelenses.

O Patriarcado Latino de Jerusalém informou que elas foram mortas enquanto iam ao convento das freiras, dentro do complexo paroquial. “Uma morreu enquanto tentava levar a outra para um lugar seguro. Mais sete pessoas ficaram feridas por tiros enquanto tentavam proteger outras pessoas dentro das instalações da igreja”, disse ele.

O padre Romanelli disse que “Nahida fazia parte do grupo de mulheres da irmandade, o grupo Sant’Ana. Ela era muito ativa neste grupo”.

“Em todas as atividades das quais as famílias participavam, ela vinha com os filhos, os netos... E a Samar também, a Samar assumiu muitas tarefas, ela nos ajudou a organizar muitas atividades, até mesmo com os jovens e com o próprio grupo de Sant’Ana. Todos, toda essa família, a família Anton, é muito ligada à igreja, à paróquia. É uma grande tristeza”, disse o padre.

Segundo o Vatican News, o exército alegou era que havia um lançador de mísseis dentro da paróquia. No entanto, o Patriarcado Latino de Jerusalém denunciou que não houve aviso prévio ou advertência por parte dos soldados israelenses. Os refugiados “foram fuzilados a sangue frio dentro das instalações da paróquia, onde não há beligerantes”

No sábado (16) de manhã um tanque israelense disparou contra o convento das Missionárias da Caridade que fica ao lado da paróquia, destruindo o gerador elétrico e deixando o edifício inutilizável por causa do incêndio.

Agora, disse o Patriarcado Latino de Jerusalém, as 54 pessoas com deficiência que foram acolhidas pelas freiras ficaram desabrigadas, e várias delas sem os respiradores de que necessitam para sobreviver.