O bispo de San Isidro, dom Oscar Ojea, e presidente da Conferência Episcopal Argentina (CEA), elevou suas orações pelas novas autoridades, após a vitória nas eleições presidenciais do candidato do partido A Liberdade Avança, Javier Milei.

Milei venceu Sergio Massa, atual ministro da Economia e candidato do partido progressista Unidos pela Pátria, no segundo turno. Milei teve 55,69% dos votos, e Massa, 44,30%.

“Valorizamos o dia democrático vivido ontem e rezamos ao Senhor para que ilumine as novas autoridades eleitas”, escreveu dom Oscar Ojea ontem (20) na sua conta na rede social X.

Ojea também expressou a esperança de que as novas autoridades “possam trabalhar para o bem comum” da nação.

Primeiro discurso de Javier Milei como presidente eleito da Argentina

Em seu primeiro discurso na noite de 19 de novembro, após Sergio Massa reconhecer publicamente sua derrota, Milei disse, entre outras coisas: “Hoje termina o modelo empobrecedor do Estado onipresente, que só beneficia alguns enquanto a maioria dos argentinos sofre”.

"Hoje é uma noite histórica, não por nossa causa, mas porque uma forma de fazer política acabou e outra está começando", continuou, antes de criticar aqueles que ele considera "a casta", como ele chama os políticos que enriquecem às custas do Estado.

Dizendo que agora “não há espaço para tibieza” ou “meias medidas”, o economista de 53 anos disse: “Todos aqueles que querem aderir à nova Argentina são bem-vindos. O que nos une é mais importante do que o que nos separa.”

Apesar dos graves problemas do país, como inflação, insegurança e pobreza, Milei disse que “a Argentina tem futuro, mas esse futuro existe se esse futuro for liberal”.

Para finalizar seu discurso, Milei disse: “Quantas vezes já dissemos e cansamos de repetir, que a vitória na batalha não vinha da quantidade de soldados, mas sim das forças que vêm do céu”.

“Deus abençoe os argentinos, muito obrigado!”, concluiu após seu clássico discurso sobre liberdade.

Algumas propostas de Milei

Javier Milei iniciou o seu ativismo nos meios de comunicação participando em debates televisivos e tornou-se um fenômeno midiático - que depois passou para as urnas quando ganhou as eleições primárias e agora as eleições presidenciais – a partir de ideias como a privatização de empresas, o fechamento de ministérios ou a dolarização da economia.

O candidato opõe-se à legalização do aborto na Argentina – aprovada desde 2020 - bem como à educação sexual integral e à ideologia de gênero. A sua postura pró-vida, juntamente com a da sua vice-presidente eleita, Victoria Villaruel, encoraja as expectativas de vários líderes e ativistas da região.

Uma das polêmicas mais fortes foi causada pela ideia de Milei de “buscar mecanismos de mercado” para diminuir a espera de quem precisa de transplante de órgãos. Ele também propõe a desregulamentação da venda de armas.

Ele também pretende cortar gastos públicos em áreas como saúde, educação e desenvolvimento social, criando um único ministério para os três. Quanto à educação, propõe que não seja obrigatória nem gratuita.