O único pároco católico em Gaza, o padre argentino Gabriel Romanelli, disse ontem (18) que “a Faixa de Gaza com os seus 2,3 milhões de habitantes continua sendo bombardeada noite e dia. Não há lugar seguro para estar ou para onde ir.”

“É urgente pedir, implorar, interceder para que se faça um cessar-fogo”, disse o padre Romanelli, missionário do Instituto do Verbo Encarnado (IVE), em comunicado enviado à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI.

O pároco contou que “em todo o lado, mas, sobretudo nos poucos abrigos que existem, os ruídos dos bombardeios, o confinamento, a falta de tudo, dificultam a vida cotidiana”. “Muitos perderam entes queridos, há milhares de mortos, e milhares e milhares de feridos, muitos perderam as casas, os negócios, tudo”, lamentou.

O padre Romanelli estava de passagem por Belém, na Cisjordânia, quando aconteceu o ataque do Hamas contra Israel. Devido ao conflito, ele não conseguiu voltar para Gaza.

Na sua mensagem, o padre disse que toda a comunidade cristã está bem, refugiando-se na paróquia, que é a “casa de Jesus”.

“Continuemos rezando muito por eles e por todos os habitantes de Gaza, muçulmanos e cristãos, que hoje em dia vivem a vida de deslocados e refugiados”, pediu.

“Tanto o padre Iusuf Asaad, IVE, vigário paroquial, como as Irmãs Servas do Senhor e da Virgem de Matará, María del Pilar Llerena e María del Socorro Llerena, como as religiosas do Rosário de Jerusalém e as Irmãs de Madre Teresa junto a todas as crianças deficientes, como todas as famílias, estão bem”, disse o padre Romanelli.

Ele também disse que a colaboração com a população do bairro “é boa e constante, como costuma ser em Gaza”, onde cristãos e muçulmanos convivem diariamente.

“As pessoas em toda a Faixa de Gaza estão desesperadas e à procura de qualquer lugar que pareça mais seguro. Tudo está sobrecarregado. E muitas pessoas vagam pelas ruas com os filhos e muito poucas coisas nos ombros em busca de proteção. A guerra destrói tudo. Peçamos o seu fim”, reiterou.

Por fim, o padre agradeceu em nome da comunidade cristã o grande número de orações, mensagens, telefonemas e pedidos de entrevistas, embora tenha reconhecido que é “impossível” responder à maioria deles.

“Nós lhes suplicamos que continuem rezando para que o Senhor faça cessar este cálice de dor em virtude da força e da bondade da sua Paixão salvadora”, concluiu.