O presidente da Catholic Relief Services (CRS), agência humanitária da conferência dos bispos dos EUA, Sean Callahan, alertou recentemente que a situação na Faixa de Gaza é “muito grave”. Ele disse que estão “buscando um corredor humanitário” para ajudar os civis afetados.

Entrevistado por EWTN Noticias, telejornal do grupo de comunicação católico EWTN, ao qual pertence a ACI Digital, Callahan disse que “há mais de um milhão de pessoas que tiveram de emigrar para o sul de Gaza”, incluindo muitas crianças. “Não há comida ou remédios suficientes para as pessoas”, por isso metade delas foi forçada a ficar na região que os israelenses disseram que deveriam deixar, disse.

“Eles têm parentes que não podem sair, ou têm filhos pequenos ou estão ligados a um hospital ou algo parecido. Por isso, a situação continua em um estado muito, muito grave para as pessoas que lá estão”, disse.

No dia 7 de outubro, o grupo terrorista Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2007, iniciou um ataque a Israel, lançando mais de 3 mil foguetes. Simultaneamente, mais de 2 mil milicianos cruzaram a fronteira entre Gaza e Israel, atacando bases militares e comunidades civis, causando a morte de mais de 1,4 mil pessoas, incluindo quase 300 jovens que foram mortos enquanto participavam de um festival de música em solo israelense. Vários civis, incluindo mulheres e crianças, foram sequestrados pelo Hamas e pelos seus simpatizantes.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, desencadeando uma série de ataques que resultaram na morte de aproximadamente 3,5 mil palestinos.

A Igreja Católica, as Nações Unidas e várias organizações humanitárias pediram o fim das hostilidades. O papa Francisco reiterou a sua exortação pela paz e pediu aos cristãos e crentes de outras religiões que se unam no dia 27 de outubro em um dia de jejum, oração e penitência pela paz na Terra Santa.

Sean Callahan disse à EWTN Noticias que a CRS ajuda civis fornecendo abrigo, algo que começou “antes da guerra”, e fornece às pessoas “colchões e coisas assim, porque muitas pessoas tiveram que deixar suas casas e estão alojadas nas casas de outros ou em escolas ou hospitais."

“Também garrafões de água e comida”, disse e destacou que atualmente se pretende estabelecer “um corredor humanitário para que possamos ajudar com essas coisas, e também com medicamentos”.

Respondendo sobre os maiores desafios que as organizações humanitárias enfrentam na região, Callahan disse que atualmente estão preocupados com “a segurança das pessoas, porque as bombas continuam”.

“Ninguém pode sair para buscar as coisas de que precisam neste momento. Eles não podem ir ao hospital porque têm medo de encontrar uma bomba em algum lugar ou outro”.

“Precisamos do corredor humanitário e precisamos mais do que qualquer coisa que as bombas sejam removidas”, disse.

O presidente da CRS disse que muitos doadores estão dispostos a ajudar os civis afetados pela guerra, mas lamentou que “se não tivermos eletricidade, se não tivermos água e se não tivermos alimentos e medicamentos, não há muito que possamos fazer”.

“É por isso que esperamos que abram as portas de Gaza para assistência humanitária”, disse.

Um corredor humanitário com o Egito

A agência Reuters informou ontem (18) que, no final da sua visita a Israel, o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou que o presidente egípcio, Abdel Fattah El-Sisi, se mostrou aberto à abertura de um corredor humanitário para Gaza, para que os caminhões com ajuda humanitária possam chegar aos civis.

Em um comunicado posterior enviado à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, Sean Callahan agradeceu a Biden pelas suas palavras “a favor do respeito pela dignidade humana de todos e pelo seu anúncio de que a ajuda humanitária será permitida em Gaza a partir do Egito”. “Os civis em Gaza não podem esperar mais e este plano deve ser implementado imediatamente”, disse.

“Nós nos unimos ao apelo do papa Francisco às pessoas de todo o mundo para ‘rezarem pela paz em Israel e na Palestina’”, acrescentou.