“É nossa responsabilidade de cristãos defender a vida do nascituro sempre. Por mais que legislações civis queiram aprovar o aborto ou o aprovem, não temos o direito de ignorar que a vida deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção, exatamente isto, desde o primeiro momento de sua existência”, escreveu o bispo de Joinville (SC), dom Francisco Carlos Bach, em artigo sobre a defesa do nascituro, que será comemorado pela Igreja Católica no domingo (8).

O Dia do Nascituro foi criado em 2005, na 43ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Itaici (SP). É comemorado no dia 8 de outubro, um dia após a conclusão da Semana Nacional da Vida, celebrada pelas arquidioceses e dioceses do Brasil entre os dias 1º a 7 de outubro.

No artigo intitulado ‘A vida humana num mundo relativista’, dom Francisco Carlos Bach disse que “os argumentos usados a favor do aborto” são “frágeis”, pois dizem que “a proibição de abortar fere direitos fundamentais das mulheres, como os direitos à autodeterminação pessoal, à liberdade e à intimidade”, que “deve ser tratado como questão de saúde pública”, ou que “somente os nascidos são garantidos pela constituição brasileira”.

“Igualmente é frágil e falso o argumento de que a mulher tem direito sobre o seu corpo e, portanto, o direito de eliminar um embrião. Um embrião não se confunde com o corpo da mulher assim como um astronauta não se confunde com a cápsula espacial que o abriga. O embrião precisa do útero materno para seu desenvolvimento e proteção, mas não é propriedade da mulher que o abriga”, disse o bispo.

Dom Francisco Carlos também disse que o nascituro “já é um ser humano e não apenas algo indefinido”. Por isso, “é ilógico entender que apenas após alguns dias ou semanas torne-se pessoa”. “O embrião tem direito de pessoa, e obviamente o direito inviolável de nascer. Some-se a tudo isso, o fato de que é um ser inocente. Qual foi a sua culpa para ser eliminado?”, indagou. 

Ao final de seu texto, o bispo de Joinville citou a afirmação do papa Francisco na exortação apostólica Evangelii gaudium de que entre os “seres frágeis, de que a igreja quer cuidar com predileção, estão também os nascituros, os mais inermes e inocentes de todos, a quem hoje se quer negar a dignidade humana para poder fazer deles o que apetece, tirando-lhes a vida e promovendo legislações para que ninguém o possa impedir”.

A exortação citada por dom Francisco Carlos também diz que “muitas vezes, para ridiculizar jocosamente a defesa que a Igreja faz da vida dos nascituros, procura-se apresentar a sua posição como ideológica, obscurantista e conservadora; e, no entanto, esta defesa da vida nascente está intimamente ligada à defesa de qualquer direito humano. Supõe a convicção de que um ser humano é sempre sagrado e inviolável, em qualquer situação e em cada etapa do seu desenvolvimento. É fim em si mesmo, e nunca um meio para resolver outras dificuldades. Se cai esta convicção, não restam fundamentos sólidos e permanentes para a defesa dos direitos humanos, que ficariam sempre sujeitos às conveniências contingentes dos poderosos de turno (EG, 213)”.